Casal força o parto e mata a mãe para roubar o bebê

A polícia descobriu a ação criminosa, quando o casal tentava registrar a criança em cartório

Um casal suspeito de matar uma grávida para roubar o bebê que ela gerava foi preso na madrugada de sábado (14) em uma favela em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
A policia descobriu que a vítima, Leilah do Santos, de 39 anos, era uma andarilha e foi encontrada morta em Paraibuna (SP) com um corte no abdômen às margens da represa no último dia 4 e que o parto poderia ter sido forçado.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Raian Brega Araújo, após a verificação das imagens do cartório, em que a suspeita tentava registrar um bebê, os policiais receberam uma denúncia anônima informando a localização dela e do namorado, suspeito de ser comparsa na ação.
O delegado avisou a polícia do Rio de Janeiro, que foi até a casa indicada e conseguiu localizar os suspeitos e o bebê. O casal é de São José dos Campos, mas estava escondido no Rio de Janeiro após o caso ganhar repercussão.

A mãe da criança, Leilah dos Santos, fora assassinada depois do parto forçado

Eles foram levados para a delegacia no Rio de Janeiro e, às 19h30 de sábado, estavam a caminho de Paraibuna. O casal prestou depoimento à polícia e vai ficar preso temporariamente. O delegado informou que não iria adiantar o teor do depoimento para não atrapalhar a investigação.
O bebê está em observação em um hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada, e deve ter alta esta semana. O destino dele deve ser definido pelo Conselho Tutelar. A família da vítima já manifestou interesse em ficar com a guarda do recém nascido.

Entenda o caso

No sábado (14), às 8.27h, policiais da Corregedoria de Recursos Especiais (CORE) chegaram ao Hospital Municipal Moacyr do Carmo com uma criança recém nascida, de sexo feminino. O recém nascido foi acolhido pela pediatria da Unidade Intensiva Néo Natal da unidade e se encontra clinicamente estável e permanece sob os cuidados da equipe de Pediatria.
O bebê, que pesa 2.715g, é portador de sífilis congênita, conforme laudos de exames feitos no hospital, e já iniciou o tratamento para combater a doença. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece ainda que aguarda os resultados de outros exames realizados na criança. As visitas não foram permitidas por orientação da Justiça.

Em São Paulo

O crime aconteceu em São Paulo e o casal, cujos nomes não foram revelados, foi preso em Duque de Caxias

A vítima, que era andarilha, foi encontrada morta com um corte no abdômen às margens da represa no dia 4 de julho. Do lado do corpo foi achado resquício de placenta, o que levantou a suspeita que ela a mulher morta estava grávida. O bebê não foi achado.
No mesmo dia, um casal tentou registrar um bebê no cartório, mas levantou suspeita por não ter documentação. À polícia, os funcionários do cartório contaram que a mulher disse que era moradora da zona rural e que a criança tinha nascido na roça, sem atendimento médico e que, e por isso, não tinha os documentos que comprovavam a maternidade
Apesar da insistência dela em registrar o bebê, a equipe do cartório orientou que ela fosse antes ao posto médico com o bebê para obter uma certidão de nascido vivo. A suspeita, 34 anos, foi ao local com o bebê, mas saiu sem o documento depois de se recusar a passar por exames ginecológicos. Esses exames poderiam comprovar o parto recente.
Com o vídeo do cartório, a polícia fez a identificação dos suspeitos. Um casal de amigos da suspeita, que aparece nas imagens com ela, foi ouvido no dia 10. Eles disseram que a mulher contou que o bebê era adotado e que a mãe da criança tinha feito um acordo com ela, sobre a entrega da criança.
A suspeita tem, segundo a polícia, um histórico de tentativas frustradas de gestação e, no último ano, havia tido uma gravidez psicológica. O casal ainda contou à Polícia Civil que o namorado da mulher teria contado uma outra versão para o surgimento do recém nascido – que ele tinha feito o parto da grávida, o que levantou a suspeita de que o companheiro também estivesse envolvido na morte de Leilah Santos.
Para a polícia, a suspeita é de que, após o parto, eles tenham matado a vítima e tentado ocultar o cadáver, que foi queimado e abandonado em uma área rural.

error: Conteúdo protegido !!