Mulheres negras querem mais espaço na política

Na avaliação da coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal de Souza, são vários os caminhos para que a mulher negra tenha mais espaço na política

Ampliar o número de representantes negras na política institucional brasileira é o objetivo da campanha mulheresnegrasdecidem.org, lançada no Rio de Janeiro em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino e Caribenha, lembrado na quarta-feira (25), pela Rede Umunna. A meta é estimular mais mulheres negras a participar da política.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras são menos de 1% na Câmara dos Deputados. Dos 513 parlamentares, 52 são mulheres, sendo 7 negras, segundo o critério do IBGE, que considera população negra a soma de pretos e pardos.
A coordenadora de Comunicação da Rede Umunna, Gabriele Roza, disse que a meta é qualificar o debate sobre a participação das mulheres negras na política. A plataforma desmistifica alguns mitos, como “negros não votam em negros”, “mulheres negras, se eleitas, só defenderiam pautas de mulheres negras”, “mulheres negras não têm formação para ocuparem cargos de poder”, entre outros.
A análise dos mapas de votação da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), em 2014, e da vereadora Marielle Franco, em 2016, mostra que a primeira teve votos em todas as 249 zonas eleitorais do estado, enquanto a segunda obteve votos nas 97 zonas eleitorais da capital fluminense. Outro dado mostra que 35% das mulheres negras candidatas em 2014 tinham curso superior.
O diagnóstico traçado na plataforma indica que apenas 2,51% das despesas de todos os candidatos ao Legislativo, em 2014, estava relacionada a candidaturas de mulheres negras e que as chances de elegibilidade são ainda reduzidas.

error: Conteúdo protegido !!