Delegado Federal quer Força Tarefa para dar segurança ao Rio de Janeiro

Para o delegado Marcelo Bertolucci, o projeto Força Tarefa Nacional deve ser integrado por todas as policias e subsidiado pela União.

Com projetos voltados para a segurança pública do Rio de Janeiro e, consequentemente, para o combate à criminalidade no estado, o delegado de policia federal Marcelo Bertolucci, 53 anos, é um dos que vai tentar a sorte nas urnas como candidato a deputado estadual pelo partido Democratas (DEM).
Na visão dele, a criação de um corpo policial, o qual ele chama de Força Tarefa Nacional, subsidiada pelo governo federal, seria um bom começo para enfrentar os desafios da situação pela qual atravessa a população do estado do Rio. “Isso seria feito com a união de todas as forças policiais”, justifica.
O delegado Marcelo considera que para desenvolver um projeto dessa natureza, é preciso utilizar não só a vontade política de fazer, como alguns ingredientes necessários, dentre eles “a inteligência, o equipamento ideal, a estratégia e pessoal qualificado”, define. E com a experiência de 30 anos de trabalho, ele sabe quais os caminhos a serem seguidos para que um projeto desses tenha êxito, garantindo a segurança pública do estado e a tranquilidade para as famílias. “Policiamento ostensivo nas vias expressas e suas saídas”, também faz parte do projeto que ele pretende desenvolver na Câmara, caso seja eleito.
No seu tempo de trabalho na Policia Federal, onde começou como agente em 1988, Marcelo Bertolucci atuou em vários estados brasileiros, principalmente na Região Norte do país, desenvolvendo ações em situações de alta complexidade em várias áreas. Assim, ele passou pela Superintendência da PF em Brasília, Rio, Petrópolis, Nova Iguaçu (na Baixada), e ainda pelo TRF -2, que abrange os estados do Rio e Espirito Santo, chegando à Corregedoria da PF. Ele evita comentar atos da equipe de Intervenção Federal no Rio, mas não esconde a sua vontade de intensificar e prolongar estratégias com “mais inteligência”.
Ele considera que o Brasil ainda está longe de alcançar o padrão sugerido pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 1 policiais para 450 habitantes. O Rio, por exemplo, tem 1 policial militar para cada 1.355 habitantes; na Zona Sul, 1 PM para 511 habitantes; Zona Norte, 1 PM para 1.244, e a Baixada acompanha a proporção semelhante ao Rio (1 PM para mais de 1.355 habitantes). Enquanto isso, no bairro do Leblon, Zona Sul, a proporção é de quatro vezes mais do que Belford Roxo, Mesquita e Nova Iguaçu, segundo dados do Estado Maior da corporação.
Mas o sociólogo Michel Misse, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem explicações para essa discrepância de policiamento entre a Zona Sul e outras do estado. “Em geral, são nas áreas mais ricas que há mais criminalidade de rua, onde tem mais ladrão. Isso faz com que a tendência seja colocar mais policiais ali, ou onde há mais turistas, por exemplo”, disse Michel em reportagem ao jornal Extra (2014) sobre o assunto.
Porém, essas discrepâncias de números de policiais e habitantes por região, não são desprezadas no projeto de Força Tarefa Nacional idealizado pelo delegado Marcelo, que é professor universitário, nascido no Rio e conhece a situação. “É preciso mudar o procedimento da pena, de acordo com o crime cometido. Ou seja, no cumprimento da pena, o preso deveria ficar mais tempo no regime fechado. E, de acordo com critérios mais rígidos, ele seria avaliado para o semi-aberto e, depois, o regime aberto”, pensa o delegado. “Além disso, o preso precisa passar por um processo de ressocialização mais eficiente e que também trabalhar para pagar o custo que o estado tem com ele”, defende.

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