
A delegada Raíssa Celles, da 77ª DP (Icaraí) cancelou o depoimento da estudante de educação física Gabriela Nascimento de Moraes, de 23 anos, que aconteceria nesta segunda-feira, no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
Segunda a delegada, o cancelamento ocorreu porque Gabriela terá de ser submetida a uma nova cirurgia. A estudante está internada no Cardoso Fontes, desde o último 18, após ter tido o intestino perfurado durante um procedimento de hidrolipo, feito pela médica Geysa Leal Corrêa, em uma clínica, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Logo após dar entrada no hospital, Gabriela passou por uma primeira cirurgia e seu quadro de saúde chegou a se estabilizar. No domingo, seu estado de saúde piorou. De acordo com funcionários do hospital, a paciente está em dieta zero. Sua alimentação foi totalmente suspensa por causa da piora no quadro.
Antes de ser internada, a jovem relatou a Geysa que achava que estava saindo comida pelo local onde o procedimento havia sido feito, mas a médica descartou a possibilidade de perfuração.
“(…) Impossível sair comida. Se eu tivesse perfurado alguma coisa, você já tinha morrido. É simples assim. Perfuração é grave”, disse a médica em uma mensagem de áudio, antes de sugerir que a paciente comesse a secreção para verificar se era realmente comida.
Na última mensagem enviada ao celular da jovem, o tom de Geysa é diferente. A médica admite a perfuração e explica que ela foi provocada por uma hérnia que surgiu na cicatriz de uma cirurgia anterior.
“O que aconteceu foi uma perfuração sim, mas por causa de uma hérnia da época que ela teve apendicite. Por causa da complicação do apêndice, ela fez cirurgia duas vezes, então agarrado àquela cicatriz, que estava muito feia, tinha uma hérnia. Então quando eu soltei aquela cicatriz eu belisquei, peguei uma alça intestinal que estava no caminho errado por causa de uma hérnia. Isso é muito desagradável, é um acidente. Por que é um acidente e não um erro? Porque não era o local de ter uma hérnia ali. A hérnia não era visível, não era palpável. Mas eu assumo toda responsabilidade porque meu compromisso é com a saúde. Sou médica antes de qualquer coisa”, completou a médica no áudio.
Gabriela pagou R$ 4,2 mil para fazer o procedimento estético no último dia 10. Mas, assim que chegou em casa após a hidrolipo, a jovem passou a sentir muitas dores pelo corpo. No dia seguinte, uma secreção passou a sair da barriga dela.
A clínica onde a jovem realizou o procedimento é a mesma por onde passou a professora Adriana Ferreira, de 41 anos, que morreu na última segunda-feira, uma semana depois de fazer uma lipoescultura com a médica.