Desemprego fica em 12,4% no segundo trimestre

Carteira de trabalho: vagas formais encolheram em junho, segundo Caged Foto:

A taxa de desemprego ficou em 12,4% no segundo trimestre, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. No trimestre anterior, o indicador havia ficado em 13,1%.

A expectativa de analistas era que o desemprego no período ficasse em 12,6%, segundo levantamento da Bloomberg.

A taxa de desemprego também ficou menor que a registrada no segundo trimestre do ano passado, quando estava em 13%.

A queda na taxa de desemprego foi puxada pela diminuição do número de desempregados, que recuou para 13 milhões, queda de 5,3%, equivalente a 723 mil trabalhadores. Ao mesmo tempo, o contingente dos que tinham algum tipo de trabalho aumentou para 91,2 milhões, avanço de 0,7%, um adicional de 657 mil pessoas.

Esse aumento do número de pessoas com trabalho foi puxado principalmente pelo aumento da informalidade. O número de empregados com carteira no setor privado recuou 0,2%, para 32,8 milhões de pessoas – o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua. Em relação ao ano passado, a queda é ainda maior: em um ano, o número de empregados formais diminuiu em quase 500 mil pessoas. Enquanto isso, o trabalho sem carteira cresceu 2,6%, para 11 milhões de pessoas.

Outro indicador de informalidade é o trabalho por conta própria, que ficou estável em relação ao trimestre anterior, englobando um contingente de 23,1 milhões de trabalhadores.

Rendimento segue estável

O rendimento dos trabalhadores brasileiros ficou em R$ 2.198 no segundo trimestre. O valor representa uma estabilidade em relação ao trimestre anterior e também em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimento, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores na ativa, também ficou estável em R$ 195,7 bilhões. O indicador é importante porque mede o potencial de consumo no país, em um momento que a economia tenta engrenar uma retomada após os dois anos de recessão.

Na semana passada, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que o país teve, em junho, o primeiro mês com fechamento de vagas com carteira assinada. O saldo ficou negativo em 661 postos de trabalho. Foi o pior junho desde o início da série histórica do levantamento.

Cresce número de trabalhadores por conta própria

O número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, um indicador de mais nível de formalidade, aumentou 7,5% no segundo trimestre, em relação a igual período do ano passado. O grupo chegou a 4,4 milhões. O contingente, no entanto, ainda é muito menor que aqueles sem registro, que chegam a 18,6 milhões, número que ficou estável em relação ao ano passado.

Ter ou não CNPJ influencia diretamente nos ganhos dos trabalhadores por conta própria. Os com registro tiveram rendimento médio de R$ 3.060, 142% (ou seja, mais que o dobro) do recebido pelos sem CNPJ: R$ 1.264.

Entre os empregadores – ou seja, trabalhadores por conta própria que empregam pelo menos um funcionário – a situação é inversa. Houve um aumento, na comparação anual, do número de empregadores sem CNPJ, que chegou a 911 mil pessoas.

 

 

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