Rap e poesia na Lona Cultural

Evento traz poesia, rap e cultura nascida nas favelas cariocas

No dia 04 de agosto, sábado, a Lona Cultural Carlos Zéfiro, em Anchieta, abre seu palco para o Rap e para a Poesia, com “O Rap é Público”, a partir das 19h. O evento terá na abertura poesia marginal, com Movimento Chicas da Silva e o poeta Rennan Leta. A programação também tem pockets show com Nefetaris Vandal, Favelado Qualquer, Mic.ael e atração principal W-Black. Os ingressos têm preço simbólico de R$ 5,00 (meia-entrada para todos) mediante a doação de um livro usado em bom estado ou exemplar novo.

O Movimento Chicas da Silva apresenta ao público a Poesia Marginal, movimento sociocultural que atingiu a literatura na década de 1970 e influenciou diretamente na produção cultural do país. O caminho é seguido pelo jovem escritor Rennan Leta (23 anos), que roda o Rio de Janeiro levando seus textos e poesias. Autor do livro “Palavras do Mundo” (2017), ele também é campeão das batalhas de poesias Slam Trindade (setembro 2017) e do Slam Favela (novembro 2017). A Poesia Marginal deu voz ao que havia sido sufocado pela Ditadura Militar e circulou pelo Brasil de forma independente, uma produção poética “fora do sistema”. Formada, em geral, por pequenos textos, sua linguagem coloquial é repleta de sarcasmo, humor ácido e gírias da periferia e até palavrões sobre o cotidiano.

O evento tem por objetivo dar espaço a voz das comunidades e dos movimentos poéticos que estão surgindo no Rio de Janeiro. A música também vai brotar na Lona Cultural Carlos Zéfiro com o hip hop, resistência e negritude do trio feminino Nefetaris Vandal. Com letras que trazem o teor das causas socioculturais da Favela do Alemão, elas representam a periferia com poesia, autonomia e som urbano cheio de atitude. Quem também faz pocket show com rap underground que passa longe do hype é rapper Favelado Qualquer, de Niterói. Na sequência,rapper Mic.ael, traz de Madureira composições que vão do romântico ao crítico.

Fazendo o show principal da noite no evento, W-Black faz rap com versos que carregam as vozes de viela e toques de poesia marginal. A carreira começou aos 12 anos quando estudava numa escola pública do Rio de Janeiro. Por conta de seu desempenho escolar ganhou bolsa de estudos em uma escola privada e nela fez todo o Ensino Médio. Aprovado no vestibular nas universidades UFRJ, UFF, UNIRIO e UERJ, cursou licenciatura em Biologia e mestrado em Educação. Foi quando retornou as escritas de poesia e começou a encaixar o que escrevia as batidas do rap. A partir daí, investiu intelectualmente na carreira de rapper. Atualmente, integra o coletivo Poetas Favelados e participa de torneios de poesias, o Slam.

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