Mulher morre com gripe H1N1, após diagnóstico errado em UPA

Uma mulher de 35 anos morreu vítima da gripe H1N1, após ter sido diagnosticada com quadro alérgico e virose. Segundo a família, Suelen Leandro buscou atendimento na UPA de Bangu, na Zona Oeste, vários dias seguidos, com febre alta, dores no corpo e dificuldade para respirar. Todas as vezes, foi orientada a voltar para casa.

Cinco dias após os primeiros sintomas, Suelen foi internada em estado grave no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, com suspeita de pneumonia. No mesmo dia, os médicos suspeitaram que poderia se tratar de H1N1, e com dificuldade para respirar, Suelen foi transferida para o CTI, onde permaneceu entubada por mais quatro dias, até a morte.

Irmã da vítima, a promotora de vendas Valesca Leandro conta que, mesmo com a rápida evolução da doença e exames que contradiziam o diagnóstico inicial de quadro viral, os médicos da UPA não identificaram que se tratava da gripe H1N1:

“Minha irmã já não conseguia mais andar, parou de falar, tinha dor no corpo todo e mal respirava sozinha. As radiografias mostravam que ela não tinha problemas pulmonares nem asma. E os médicos não suspeitaram de H1N1.

No atestado de óbito consta que a causa da morte foi insuficiência respiratória, H1N1 e asma crônica. Segundo Valesca, no entanto, a irmã nunca teve problemas respiratórios e não tomou a vacina contra a gripe por não fazer parte do público-alvo que deveria ser imunizado (doentes crônicos, como asmáticos, fazem parte do grupo):

“Ao dizer que a Suelen tinha asma, os médicos estão tentando pôr a culpa na minha irmã, e alegam que ela não havia tomado a vacina contra a gripe H1N1. Só que ela nunca teve asma. Minha luta agora é para retirar isso do laudo dela e culpar quem deve ser culpado.

O pneumologista Alexandre Milagres diz ser quase impossível identificar se alguém tem asma só na autópsia. Suelen deixa três filhos. A Secretaria estadual de Saúde, que administra a UPA de Bangu e o Albert Schweitzer, abrirá sindicância.

O Estado do Rio tem a 2ª taxa mais baixa de imunização contra a gripe no Brasil, na frente apenas de Roraima. O estado teve, até 20 de julho, 57 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave causados pelo H1N1: 12 pessoas morreram.

A vacina está disponível em postos até quando durar o estoque, para crianças de 6 meses a 9 anos, adultos a partir de 50 anos, trabalhadores de saúde, professores, gestantes, puérperas e doentes crônicos.

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