Polícia investiga se Paty Bumbum participou de procedimento que teria causado morte de modelo

Paty Bumbum foi presa em casa, em Curicica, na Zona Oeste do Rio Foto: reprodução

A Polícia Civil investiga se Patrícia Silva dos Santos, conhecida como Paty Bumbum, de 47 anos, teria participado do procedimento que levou à morte da modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos. De acordo com o delegado titular da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), Eduardo Freitas, a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça vai servir para a polícia entender o caso e descobrir se ela formava um grupo criminoso.

“Eu preciso entender se a Patrícia indicou a Mayara para o procedimento, se ela forneceu o produto ou se auxiliou no episódio de alguma forma. Conseguimos apurar que existe uma organização para a pratica desses crimes. Essas pessoas assumem o risco para produzir o resultado, seja morte ou lesão corporal grave. Eles não se importam se a vítima vai ou não morrer”, afirmou o delegado.

Paty foi presa por agentes da 42ª DP na manhã desta segunda-feira. Ela estava em casa, em Curicica, na Zona Oeste do Rio. No local, a Polícia Civil apreendeu produtos que seriam utilizados em procedimentos estéticos, como, por exemplo, medicamentos e vidros de silicone, que serão investigados para saber se eram ou não de uso industrial. Ela deve ser transferida ainda nesta segunda-feira para a unidade prisional de Benfica, na Zona Norte da cidade.

De acordo com o delegado, testemunhas contaram que foram submetidas a procedimentos feitos por Paty e também pela massoterapeuta Valéria dos Santos Reis, de 54 anos, que teria sido a autora da cirurgia em Mayara. A polícia já sabe que as duas eram sócias e trabalharam juntas. Valéria, Márcia Pimentel Esteves e Thaiza Pimentel Esteves também já tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, por 30 dias, e, portanto, são consideradas foragidas. As três, mais Ohana Hindara Diniz, foram indiciadas por formação de organização criminosa e homicídio qualificado por motivo torpe, pela cirurgia e posterior morte de Mayara. As primeiras investigações da polícia constataram que o grupo atua, pelo menos, desde 2015, levando as vítimas para hotéis ou residências.

Ohana também foi presa nesta segunda. Ela era amiga de Mayara e teria acompanhado a modelo durante o procedimento estético. Foi para a casa de Ohana que Mayara foi quando se sentiu mal. Lá, permaneceu por cerca de duas horas antes de ser levada por uma ambulância ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Ohana é dona de uma clínica de estética na Praça Seca, também na Zona Oeste.

De acordo com o delegado, um entregador de farmácia foi ouvido pela polícia e contou ter entregue um medicamento para dor no momento em que Mayara se encontrava no apartamento de Ohana. Para Freitas, o fato de Mayara ter sido levada para o apartamento de Ohana e não para um hospital pode ter sido fundamental na morte da modelo, já que houve um lapso temporal de mais de duas horas.

“A gente precisa que mais vítimas procurem a delegacia. É importante ouvir outras pessoas para entender a atuação desse grupo. Verificamos 37 registros de reserva em apenas um hotel feitas em nome da Thaiza no último ano, e mais seis registros em outro hotel. Ou seja, só aí já são 43 vítimas que passaram pelas mãos dessas pessoas. Vamos mostrar que existe punição ao que vem sendo feito por essas mulheres — explica Freitas.

Seis clientes de Paty já prestaram depoimentos. As vítimas relataram ter enfrentado dores e complicações após realizar preenchimentos nos glúteos com a massoterapeuta, que atendia em uma clínica clandestina, em Curicica, também na Zona Oeste do Rio. Um dos casos mais graves foi o de uma mulher que desenvolveu uma trombose cerca de um ano após passar pelas mãos de Patrícia e chegou a ser internada por um mês.

A modelo Mayara Silva dos Santos, de 24 anos, morreu após ser submetida a um procedimento estético nos glúteos e nas coxas. O atendimento, segundo a polícia, aconteceu em um hotel no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Ela teve complicações no mesmo dia e, após ser socorrida por bombeiros, já chegou morta a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) situada na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O caso começou a ser investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), mas foi transferido para a 42ª DP.

 

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