Pastoral do Povo da Rua recorda em ato Massacre da Sé


Todos os anos pessoas se reúnem para lembrar o aniversário do massacre que marcou a história

No próximo dia 19 de agosto, domingo, celebra-se o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, data que lembra os 18 anos do Massacre da Sé, em alusão ao assassinato de seis moradores de rua na região central da capital paulista.

Para marcar a data, a Pastoral do Povo da Rua da Região Pastoral São João de Meriti promoverá um ato na Praça da Matriz, às 10 horas, para fazer memória e reflexão da situação vivida pela população em situação de rua no Brasil, que será seguido de um almoço na Paróquia São João Batista, conhecida como Igreja da Matriz, no centro da cidade.

O ato contará com o apoio da Ação Social Papa Paulo VI, Ordem Franciscana Secular, Fórum Popular do Povo da Rua da Baixada Fluminense, Fórum Estadual da Pessoa Adulta em Situação de Rua e do Movimento Nacional da População em Situação de Rua promoverão um ato público na Praça Getúlio Vargas, Centro de São João de Meriti, seguido de almoço na Igreja da Matriz.

Para Cláudio Santos, coordenador da Pastoral do Povo da Rua e do Fórum Popular do Povo da Rua da Baixada Fluminense, o ato será o início de um conjunto de mobilizações para garantir que a população em situação de rua tenha seus direitos garantidos:

“O ato fará memória, homenagem e reflexão sobre a condição dos moradores de rua para que possamos tomar as medidas necessárias para garantir dignidade, respeito, melhores oportunidades para conseguirem moradia atendimento de saúde e encaminhamentos possíveis ao trabalho. Precisamos tomar medidas urgentes para garantir isso”, afirmou Cláudio Santos.

Para Vânia Rosa, liderança do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, a data é um dia de reflexão, de luta e celebração das conquistas já alcançadas e de renovação do compromisso de lutar por políticas públicas específicas para essa população:

“A luta pela garantia de direitos dessa população é árdua, diária e deve ser assumida por toda a sociedade. Na Baixada Fluminense, a falta de políticas de assistência e a violação de direitos são recorrentes e urgem serem enfrentadas pelas prefeituras locais. A população de rua é forte e continuará a lutar sempre!”, afirmou.

 

Massacre da Praça da Sé

 

Este ano, lembramos os 18 anos da chacina de moradores de rua na Praça da Sé, região central da capital paulista, quando dez pessoas foram atacadas enquanto dormiam.

Das pessoas atacadas, duas morreram na hora, quatro no hospital e outras quatro sobreviveram. Em 22 de agosto, um novo ataque aconteceu, quando cinco desabrigados foram agredidos da mesma maneira que os anteriores e um morreu na hora.

Segundo as investigações, os crimes ocorreram para silenciar os moradores de rua que sabiam do envolvimento de policiais nos esquemas de tráfico de drogas da região. Na época, um segurança particular e seis policiais militares foram denunciados. Três soldados foram presos, mas soltos no mesmo ano por falta de provas.

Os episódios ficaram conhecidos como ‘Massacre da Sé’ e, mesmo tanto tempo depois, ainda não houve punição para os responsáveis.

 

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