Nosso dois de setembro

* Luciano Villalba Neto

Muita vez, como diria Machado, ouvimos que os brasileiros não gostamos de museus, de musica … é preciso mostrar, levar as crianças e apresentar a História a alunos e alunas… Mas, há muito não se cuida do que é básico no Brasil.
A tragédia de ontem no Museu da Quinta deve marcar o 02 de setembro em nossa memória assim como o tal 11 de setembro… graças a Deus, o terrível parece não ter vítimas fatais humanas. Isso falando na morte in situ. Essa que pode ser uma das maiores tragédias da cultura do País pode ser resultado, consequência de uma série de absurdos que envolve nossos piores erros: burocracia exagerada, corrupção, vista grossa, jeitinho brasileiro, descaso de autoridades (especialmente da categoria política, não é classe política)… 200 anos de suor, sabedoria, dedicação de profissionais, de trabalho duro carbonizados pelo caos que reina, que impera em nossa história até os dias atuais, em plena segunda década do século XXI. Profundamente lamentável!
No entanto, quanto tempo deve durar a chama da tristeza revoltante que nos invade agora? Quanto tempo deve durar essa marca de queimadura que desfigurou a nossa alma na noite de ontem? Ou o incêndio que surpreendeu, que comoveu uma nação inteira vai virar fumaça e perder a batalha com o cotidiano louco do país de desempregados, de escolas regidas a conteúdo mínimo, de população que ainda acredita que a eleição de um salvador da pátria no Executivo vai colocar essa locomotiva nos eixos, vai ter poder supremo sobre o Supremo, sobre o Congresso Nacional e desfigurar a Praça dos TRÊS Poderes?
Quanta tristeza em nosso País, nos corações de brasileiros que conheceram aquele lugar… quanta tristeza e angústia na população da Terra em que se plantando, tudo dá.
O que plantamos nesses quinhentos e poucos anos? Como visitamos a história nesses últimos 200? O que faremos? O que a sociedade civil deve fazer para pressionar, para cobrar dos Governante? Como o trabalhador vai largar suas atividades de sobrevivência para lutar por causas tão nobres como essa que só perdem para as necessidades básicas individuais como comer, beber, ganhar o pão de cada dia e manter-se vivo?

Absurdo caos na História que ultrapassa o relógio do tempo, que lesa o passado, o presente e deixa feridas para o futuro! Lamentável!

* Luciano Villalba Neto – Jornalista e Escritor

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