Dentre os 13 municípios da Baixada Fluminense, Mesquita é o que apresenta mais candidatos por metro quadrado nas eleições de 7 de outubro. São 25 na disputa para estadual e federal, distribuídos entre 15 partidos e 41,49 quilômetros quadrados, sem contar com a enxurrada que vem de fora, a disputar os votos de cerca de 138 mil eleitores.
Se dividida igualmente a fatia eleitoral, seria uma média de 5,5 mil votos para cada um. Ou seja, nenhum seria eleito e Mesquita ultrapassaria a marca dos 40 anos sem ter um deputado federal e apenas três distantes estaduais ao longo de toda a sua história – cuja emancipação completa 19 anos no dia 25 de setembro.
Apesar da grande quantidade de candidatos só da localidade, são poucos os que aparecem com visibilidade eleitoral nas ruas dos 13 bairros de Mesquita. O que tem ajudado a destacar uns mais do que outros, são as propostas anunciadas, caso sejam eleitos, ou a realização de obras ou serviços prestados aos bairros.
Waltinho Paixão, vice-prefeito da cidade e candidato a estadual, está entre os que mais se destacam na campanha eleitoral da região. Ele tem ao seu favor a tradição da família Paixão, cujo emancipador de Mesquita e primeiro prefeito foi seu tio, José Montes Paixão (que morreu vítima de AVC no meio do primeiro mandato), além do fato de percorrer as ruas dos bairros, todos os dias, na condição de vice-prefeito, atendendo moradores e acompanhando a execução de obras.
Ainda ao seu favor, uma música de campanha (jingle) que virou febre na cidade (“Eu vou logo avisando que já tenho deputado, 51444, tim, tim, tim eu vou votar é no Waltinho”). Apesar da quantidade de candidatos, na opinião de alguns moradores, dificultar a eleição de todos. Há também quem garante que nestas eleições “Mesquita terá um deputado de verdade”, como observa Joanice Moreira, 48 anos, moradora do bairro de Juscelino, onde Waltinho iniciou a caminhada na semana passada. “Waltinho é diferente”, resume.
Mesquita precisa
Na visão de Waltinho, quem escolhe o candidato é o eleitor. “Não me preocupe com quantidade. O que importa é a qualidade e a proposta do candidato para Mesquita. Meu sonho é entrar no gabinete do governador, seja quem for o eleito, e trazer para cá todos os órgãos do estado, que nossa cidade precisa, pois tenho moral para pedir. E neles empregar pessoas de Mesquita, observando antes a capacidade de cada um para a devida função”, diz ele durante as caminhadas pelos bairros. Ele sabe que o município tem 93.3% de esgoto sanitário e 62.4% de ruas arborizadas. “Isso é bom, mas a nossa população precisa de mais serviços sociais e qualidade de vida e desenvolvimento comercial e econômico”, finaliza.
Mas, além Waltinho, todos os candidatos, tanto do município quanto de fora dele, fazem promessas de melhorar a vida de todos. “É sempre assim, mas depois somem até as eleições seguintes”, comenta Rodinaldo dos Anjos, 63 anos, morador do bairro Santo Elias. “Eu voto em Waltinho porque Mesquita precisa de um deputado estadual e eu confio na capacidade de trabalho dele”, revela Sérgio Miranda, pai do prefeito da cidade, ao participar de caminhadas com de Waltinho pelas ruas do município.
