Morte de criança na UPA vira caso de polícia em Nova Iguaçu

Familiares de Caio (sete anos), na redação do JH,registraram queixa na 56ª DP e querem justiça para o caso ocorrido na UPA de Comendador Soares

A morte de Caio Daniel Barbosa dos Santos, um garoto de sete anos de idade, ocorrida no dia 25 de agosto, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Comendador Soares, pode ter sido motivada pelo descaso público. Com sintomas de febre, vômito e diarréia, ele foi levado para a unidade na noite de 23 de agosto. Retornou no dia seguinte ainda pior. Foi enviado para casa e voltou no outro dia com convulsões e falta de ar e acabou morrendo ainda na unidade.
Como a criança entrou com vida e saiu morta, a família registrou queixa na 56ª DP (Comendador Soares). “Queremos saber o que aconteceu. Queremos saber por que não transferiram a criança para outra unidade. Eles aplicaram injeção para baixar a febre e mandaram Caio para casa. Queremos justiça”, indaga o avô Manoel Barbosa dos Santos, na redação do Jornal de Hoje, ao lado da filha, Kézia Costa dos Santos, 31 anos (a mãe), alegando tais motivos para registrar queixa na delegacia.
Na DP, conforme registro de ocorrência nº 056-04957/2018, a família relatou que Caio deu entrada na UPA (situada na rua dos Quartéis, 221, em Comendador Soares) no dia 23 de agosto às 19h. Estava com diarreia, vômito e febre. E espera do atendimento foi de quatro horas… (“o único médico estava dormindo e haviam várias pessoas esperando”, interfere o avô). Aplicaram uma injeção no Caio (não sabem qual o medicamento). A família relatou ainda que a criança virou a noite (de 24 de agosto) com os mesmos sintomas, os quais só pioraram. Retornaram com o menino para a UPA, onde ele recebeu soro e mais duas medicações (não sabem quais foram).
A mãe, Kézia dos Santos, disse ter exigido um hemograma completo (exame de sangue). E este exame foi visto por um médico (um senhor de cabelo e barba brancas, aparentando 50 anos), o qual receitou medicamentos e liberou o garoto para casa. Por volta das 04:00h da madrugada (já no dia 25 de agosto), o menino começou ter convulsões e sentir falta de ar, sendo levado novamente para a UPA, onde foi direto para a “sala vermelha”. Após 30 minutos, segundo a família, o referido médico retornou anunciando o óbito da criança. Caio foi sepultado no dia 27 de agosto, no Cemitério de Nova Iguaçu. Na certidão de óbito consta como causa da morte a “broncoaspiração, ação físicoquímica” (o que significa que secreção retornou aos pulmões).

Revolta
Indignada com o que chamam de precariedade da UPA, sob o controle da Prefeitura de Nova Iguaçu, a família registrou queixa na delegacia de Comendador Soares (a 56ª DP), com o objetivo de que a polícia e a justiça apurem as responsabilidades sobre a morte de Caio Barbosa. “Meu neto chegou vivo e saiu morto”, assegura o avô do menino.

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