Clube que revelou Ronaldo luta para sobreviver e pede ao craque

Campeão carioca de 1926, tradicional São Cristóvão batalha para fugir da queda na Série B2 do Rio, pede socorro ao Fenômeno e tenta não fechar as portas no futebol profissional: “O risco existe”

O tempo causou marcas ao longo dos 119 anos de existência, machucou a estrutura de quem prometia ser gigante no início do século passado, mas de jeito algum apagará a tradição do lugar que já foi a casa de Carlos Alberto Parreira e Leônidas da Silva, por exemplo.
Nem mesmo o letreiro envelhecido, desgastado pelo tempo, na fachada do estádio da Rua Figueira de Melo fará com que se esqueçam de onde surgiu um dos maiores de todos os tempos.
– O Ronaldo foi um cara que saiu daqui para o mundo. Um cara diferenciado. Tive o prazer de ver que ele começou aqui e ver onde chegou. Isso é gratificante. Isso não tem dinheiro que compre. É a história, e a história não se apaga – conta Renato, gerente administrativo e o funcionário mais antigo do clube.
Mas aquele São Cristóvão que orgulha-se dos feitos e das glórias do passado hoje vive uma incerteza sobre o futuro. Como será o amanhã?
Crises financeiras e más administrações levaram o São Cri-Cri à terceira divisão do Rio em 2017. A duas rodadas do fim da competição, agora briga para evitar uma segunda queda consecutiva e escapar do fundo do poço do futebol estadual – está a três pontos da zona de rebaixamento.
Com a escassez de recursos, sobrevive no limite e paga literalmente o preço do passado – soma hoje aproximadamente 28 dívidas trabalhistas, segunda a direção. E o pior de tudo: periga deixar o futebol profissional em 2019.
– O risco existe. Se não conseguirmos patrocinador para o ano que vem tocar o futebol, isso existe. Há um risco de parar com o futebol. Mas essa é a última das hipóteses que a gente pensa – diz o presidente da Assembleia Geral e diretor de futebol, João Machado.

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