UM DOS MALES PSICOLÓGICOS MAIS GENERALIZADOS NA ATUALIDADE (1ª PARTE)

* Carlos B. González Pecotche

Em épocas anteriores a vida humana corria sem as preocupações e as exigências do presente. Os trabalhos rurais, o artesanato e as próprias funções estatais eram desempenhados sem a pressão do tempo. O relógio, tortura do mundo atual, não inquietava o homem, cuja existência se desenvolvia sem as demandas da urgência. Cada homem e cada povo viviam, pois, a vida a seu modo, embora não tivesse consciência cabal da forma de faze-lo.
Com o crescente desenvolvimento material cresceram as dificuldades e problemas que hoje enfrentamos, que fazem com que o homem caia na impaciência.
Os progressos técnicos, os conflitos trabalhistas, o declínio da moral e, finalmente, a luta pela existência, deu origem as inúmeras complicações que agora perturbam a vida.
Com o crescente desenvolvimento material cresceram também as dificuldades e problemas que hoje enfrentamos, os quais, ao superexcitarem o ânimo do homem, faz com que ele caia irremediavelmente na impaciência. Em tal estado, qualquer demora ou inconveniente vinculado a preocupações ou responsabilidades fazem explodir o indivíduo, que a ninguém perdoa, e menos ainda ao causador do dano – causador verdadeiro ou suposto -, a quem atribui tudo o que poderia advir em prejuízo de sua pessoa ou de seus interesses.
Hoje em dia são poucos os que não experimentam os efeitos das mudanças ocorridas no mundo. Uns vivem angustiados pelo afã de não infringir nenhuma das tantas leis que regem a comunidade. Outros se vêem acossados pelo problema econômico, da moradia ou do transporte. Os inconvenientes que surgem diariamente e as demoras suportadas sem pausa, com a consciência do tempo que se perde, aumentam o número de fatores molestos que incintam o ânimo e estimulam o impulso febril da urgência.
Diante da mesa do funcionário indolente e despreocupado, qual pessoa, mesmo a considerada paciente, não explode durante a espera, excitada por sua ostentosa passividade? Seguramente se conseguiria mais, nesses casos, antecipando a ele estas palavras. “Disponho de tempo, senhor. Atenda-me quando puder”, pois é comum encontrar no ânimo dos seres humanos certos prurido de fazer o contrário daquilo que lhes é pedido.
Inegavelmente, justificar-se que a impaciência se tenha convertido numa deficiência generalizada, que fustiga e perturba o sistema nervoso do ser humano.

* Autor da Logosofia – Carlos B. González Pecotche – Centro de Difusão e Informação de Nova Iguaçu – CDIL NI

error: Conteúdo protegido !!