Mãe em estado de choque quer provar a inocência do filho

Família mostra carteira de trabalho de Rodrigo mas a justiça o mandou para o presídio

A família de Rodrigo Lima da Silva, de 30 anos, tenta provar na justiça que ele foi preso por engano ao ter seu nome confundido com um homônimo. Acusado de comandar uma quadrilha de roubo de cargas que atua na Avenida Brasil, Rodrigo era considerado foragido desde janeiro.
Segundo parentes, ele passou os últimos oito meses reunindo material para comprovar sua inocência. Na última segunda-feira, ao se apresentar espontaneamente no fórum de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o juiz executou o mandado de prisão preventiva.
A tia do preso, Waleska Lopes, diz que Rodrigo teve os documentos roubados em 2016 e sua identidade teria sido usada pelo verdadeiro criminoso para adquirir uma linha telefônica. A partir dessa linha, que foi rastreada pela polícia, os investigadores teriam chegado até os dados de Rodrigo.
— A linha do criminoso, que é conhecido como RD, foi adquirida com os documentos roubados do meu primo. Quando fizeram o mandado de prisão preventiva, saiu tudo no nome dele, inclusive a foto da identidade — diz ela.
O advogado de defesa de Rodrigo, Denilson Pujani, afirma que há divergências entre as informações do processo e a vida de seu cliente.
— Durante a audiência, um policial que acompanhou a operação não reconheceu meu cliente. Ele também informou que a residência onde foi feita busca e apreensão do acusado fica na Pavuna. Mas o meu cliente sempre morou em Campo Grande. Além disso, naquela ocasião foram conduzidas à delegacia uma mulher e uma criança que teriam ligação com o criminoso. Tenho quatro declarações de amigos e vizinhos dizendo que Rodrigo é solteiro, não tem filhos e mora com os pais — diz.
A mãe de Rodrigo está em choque desde a prisão do filho, segundo o advogado. Waleska conta que o primo estava em um shopping quando soube que policiais o estavam procurando.
— Como uma pessoa que trabalha o dia todo e sempre morou com os pais pode comandar uma quadrilha de roubo de cargas? Ele estava no shopping quando amigos ligaram dizendo que a foto dele estava nos jornais, mostrando ele como um criminoso. Ele ficou desesperado, o contrato do trabalho foi suspenso, passou esses meses todos recolhidos dentro de casa. A família está devastada — diz ela.
Diante da decisão do juiz, o advogado de Rodrigo ingressou com um pedido de revogação da prisão.
— Rodrigo chorava muito na audiência. Espero que o juiz julgue o pedido o mais rápido possível — diz.
Após passar a noite no fórum de São João de Meriti, Rodrigo foi conduzido na terça-feira para a casa de custódia, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Em seguida, ele deve ser levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Em nota, o Tribunal de Justiça afirma que o processo corre em segredo de Justiça e que, após a última audiência, os autos foram enviados para parecer do Ministério Público.

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