Garçom brigou com PM semanas antes de morrer, diz chefe de homem morto com guarda-chuva

A certeira de trabalho ensanguentada de Rodrigo Serrano Foto: reprodução

Três semanas antes de ser morto com três tiros disparados por um PM no Chapéu Mangueira, na Zona Sul do Rio, Rodrigo Serrano, de 26 anos, deixou seus colegas de trabalho apreensivos. Sem dar explicações, o garçom não foi ao serviço por dois dias seguidos no Delirium Tap House, onde trabalhava, em Ipanema. Quando voltou ao batente, explicou, após insistência do chefe, o que havia acontecido: ele havia se envolvido numa briga com um PM na favela.

— Ele contou que um tiro atingiu um vidro da casa dele. E ficou indignado porque tinha dois filhos pequenos, e foi tomar satisfação com um policial. Segundo ele disse, o caso terminou em briga e ele acabou empurrando o PM — contou que o chefe de cozinha argentino César Salas, responsável pela contratação de Rodrigo, em junho deste ano.

Delirium Tap House, onde Rodrigo trabalhava

Foi o chefe, inclusive, quem deu a Rodrigo R$ 180 para trocar o vidro estilhaçado pelo tiro. Apesar do pouco tempo que passaram trabalhando juntos, Salas e Rodrigo acabaram se tornando mais do que colegas de trabalho. O “negón”, como Salas chamava o garçom, virou seu homem de confiança após dizer para o chefe durante a entrevista de emprego: “Não vou te decepcionar”.

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