Bruxas são caçadas pelo tráfico de drogas em São João de Meriti

Traficantes de drogas da região de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, estão promovido uma verdadeira caça às bruxas na região. Tudo começou quando um vídeo com um grupo de seguidores da religião ‘wicca’, de São João de Meriti, viralizou nas redes sociais. Trata-se de uma religião meopagã, fundada pelo inglês Gerald Gardner, que prega a modernização de práticas ancestrais pagãs, vividas na Grã-Betanha.

O vídeo trazia uma mensagem, que afirmava que o grupo estava em busca de criancinhas para fazer magias. A partir daí, alguns membros da tal ‘wicca’ dizem que vem sofrendo ameaças de morte. Uma delas, revelou à imprensa que familiares foram abordados, esta semana, por um grupo de criminosos que exigiram que ela abandonasse todos os objetos que tivessem qualquer tipo de referência à bruxaria.

— Voltamos à inquisição. Aquele tempo em que queimavam bruxas em praças públicas. Estou extremamente assustada com tudo que tenho vivido nos últimos dias. Hoje, recebi uma ligação de uma pessoa da minha família contando que fui ameaçada de forma velada. Os traficantes foram à minha casa, com uma foto minha e falaram que são evangélicos e que tenho até a noite para tirar tudo ligado à bruxaria de dentro da minha casa — explicou a vítima que trabalha como costureira.

Se encontrou na bruxaria

Ainda de acordo com a bruxa, os bandidos afirmaram que se ela não respeitar as ordens, sofrerá todas as sanções impostas pela chefia do tráfico:

— Eles são cruéis. Falaram que vão invadir a minha casa e vão quebrar tudo. Eles também disseram que vão me levar para o meio da rua e vão me destruir. Tô muito assustada. Tenho medo de atacarem a minha família e de morrer também. Querem fazer comigo o mesmo que fizeram com as bruxas na Idade Média.

Adepta do ocultismo há 6 anos, a costureira conta que já passou por outras religiões, mas que se encontrou na bruxaria:

—Tinha muitos sonhos. Um dia, contei para uma amiga e ela me disse que era um chamado da deusa (a grande mãe na religião wicca). Me identifiquei muito com os preceitos, porque, diferente do que muitas pessoas possam achar, nós cultuamos a natureza e só fazemos coisas para o bem. Na nossa filosofia, quando se faz o mal para alguém, tudo aquilo volta três vezes pior para a gente. Tenho até medo de fazer uma denúncia à polícia.

A Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), através da Coordenadoria de Defesa e Promoção da Liberdade Religiosa (COPLIR), que já acompanha outras ameaças que o grupo tem sofrido, disse que vai acompanhar a sacerdotisa wicca, ainda esta semana, à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.

Casos de intolerância religiosa e outros tipos de violações dos Direitos Humanos podem ser denunciados através do Disque Combate ao Preconceito. O canal funciona no telefone (21) 2334 9551, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

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