Família de garçom encontrado morto quer justiça

Lucas foi encontrado morto próximo a um lixão em Rio das Pedras Foto: Reprodução / Facebook

A família do garçom Lucas Chaves Pinho, de 32 anos, encontrado morto após ficar quatro dias desaparecido, está muito abalada com o crime. De acordo com Valéria Chaves da Costa, prima da vítima, a mãe de Lucas, Antônia Pinho, que mora no Ceará, chegou ao Rio na noite desta quinta-feira. Apesar de se manter firme após a notícia da morte de um dos três filhos, Antônia “envelheceu 20 anos em dois dias”.

— Ela já sofreu bastante. O marido está doente, outra filha foi operada recentemente, a outra irmã do Lucas também está com problemas de saúde e um irmão dela, tio do Lucas, foi assassinado durante uma briga na qual ele não tinha nada a ver, em um bar lá na cidade deles, quando um disparo acabou o acertando. Você vê que minha tia está forte, mas o abatimento está visível no rosto para quem a conhece — conta

A família quer levar o corpo do rapaz para Monsenhor Tabosa, cidade cearense onde ele nasceu e mora grande parte da sua família. O desejo partiu da mãe de Lucas.

— Ela desembarcou no Rio por volta das 22h. Minha tia chegou e disse que quer fazer o translado do corpo. Estamos vendo com funerárias para atender esse desejo dela. Ela pediu para eu ajudá-la, e não vi motivo para não tentarmos o translado. Ele era uma pessoa muito querida por ela, muito mesmo — destaca a prima de Lucas.

O marido de Valéria e o melhor amigo de Lucas prestaram depoimento nesta quinta-feira. A Polícia Civil encontrou o corpo de Lucas em um terreno atrás de um lixão, na comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste, onde ele morava há cerca de seis anos.

Na segunda-feira, parentes foram até a 16ª DP (Barra da Tijuca) para registrar o sumiço de Lucas. A polícia aguarda agora o laudo cadavérico para identificar a causa da morte. O caso, que estava com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), foi transferido para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital), na Barra.

Agostinho Pinho de Oliveira, primo de Lucas que registrou o caso na polícia, teve acesso às imagens das câmeras de segurança do prédio. O vídeo mostra duas pessoas entrando no apartamento de Lucas minutos após o garçom deixar o local. Na última quarta-feira, a polícia fez perícia no apartamento de Lucas, para encontrar possíveis pistas do crime. Um dos suspeitos de praticar o furto já foi identificado.

— O Lucas saiu de casa a 1h02. A 1h35, dois homens abriram a porta do apartamento dele com chave, ficaram cerca de cinco minutos lá dentro e saíram levando uma televisão e um roteador. Um estava de capuz e outro parece que estava com uma peruca. Depois disso, o Lucas já não visualizou mais as mensagens no WhatsApp — explicou Agostinho, detalhando as imagens exibidas no vídeo.

Lucas trabalhava como garçom em um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Os parentes do Nordeste, a quem ele é mais ligado, deram falta do rapaz. Segundo Valéria, uma sobrinha do Ceará entrou em contato, preocupada com o sumiço.

— Às 13h de segunda-feira, uma sobrinha dele me passou mensagem perguntando se eu sabia onde ele estava. Ela disse que estava ficando cada vez mais apreensiva, porque o Lucas nunca deixa de falar, estava o tempo inteiro em contato com o pessoal do Ceará. Foi então que a gente aqui começou a se mobilizar — disse Valéria.

Os dois homens que entram no apartamento de Lucas parecem saber da existência da câmera no corredor. Um deles chega de capuz e o outro cobre a cabeça com a camisa. Segundo a família, Lucas era uma pessoa bastante querida pelos vizinhos.

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