Mulim diz que são necessários US$ 14 milhões
reduzir despoluição da Baía até 2016
O presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa, deputado Nivaldo Mulim, defendeu a construção de Unidade Tratamento de Rios (UTR) como o meio mais viável para reduzir os níveis de poluição da Baía de Guanabara até o próximo ano, quando serão realizados os Jogos Olímpicos.
Conforme dados fornecidos por estudos técnicos, inclusive os preparados pelo oceanógrafo David Zee, serão necessários cerca de US$ 14 milhões para despoluir de 60% a 70% a Baía, mas o deputado Nivaldo Mulim não acredita que isso venha a acontecer porque o estado não dispõe de dinheiro. Ele espera, no entanto, que o governo federal possa ajudar.
>> Jornal de Hoje – Deputado Nivaldo Mulim, desde 1994, investiu até 2016 cerca de US$ 4 bilhões no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). Em 2006, foi criado pelo então secretário estadual de Meio Ambiente, deputado Carlos Minc, o Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía (PSAM), com cerca de US$ 23 milhões. O Senhor acha que os municípios do entorno da Baía serão saneados até os jogos olímpicos de 2016?
>> Nivaldo Mulim – A proposta que nós temos hoje, que o oceanógrafo David Zee nos apresentou, dará um destaque muito grande. Vamos fazer uma visita na Unidade de Tratamento de Rios (UTR) para ver como funciona e, se houver a construção de mais sete UTR, nós podemos minimizar em 60% a poluição da Baía de Guanabara. Agora esse projeto de US$ 14 milhões é para 20 anos, completa agora 21 anos e a Baía não foi despoluída. São 55 rios que colocam seus detritos dentro da Baía de Guanabara. Então eu acredito que as UTRs serão…é um paliativo, sim, que funciona em torno de 10 meses se o governo do estado, os governos municipais, a sociedade civil se unirem dá para concluir, sim, pelo menos 70% da Baía da Guanabara será trata para as Olimpíadas do ano que vem.
>> JH – Na Baixada Fluminense quem mais sofre com a falta de saneamento é Nova Iguaçu, depois vem São João de Meriti, Duque de Caxias…
>> Nivaldo Mulim – São Gonçalo, que é o terceiro município, inclusive o Rio Guaximdiba, é um dos mais poluídos.
>> JH – Qual é a integração que existe entre o estado, os municípios e a Assembleia Legislativa para resolver essa questão ambiental que tanto prejudicam o desenvolvimento dessas cidades?
>> Nivaldo Mulim – Estamos conversando com o secretário de Meio Ambiente, com Sérgio Harduin (São Gonçalo), com Lauro Nobre, e temos feito o dever de casa no município de São Gonçalo junto ao prefeito Neilton Mulim.
>> JH – Que é a sua terra.
>> Nivaldo Mulim – É a minha terra. Moro e resido no mesmo local há 56 anos.
>> JH – Deputado, o governo do estado entra com recursos em contrapartida aos empréstimos externos. E os municípios de que forma participam desse trabalho de saneamento da Baía de Guanabara?
>> Nivaldo Mulim – Ora, nós temos que ter outro meio.Vamos conversar com o governador. Eu acredito que nós temos que tomar outra medida. Infelizmente não temos como disponibilizar essa verba em torno de R$ 550 milhões a R$ 600 milhões, que seria um paliativo para dois meses. Hoje já temos alí o Ecobarreira, fazendo uma limpeza, temos o Ecogari, tem o Ecoponto onde se separa todos os resíduos, mas o governo hoje não tem essa verba, então temos que procurar meios. Estamos com os membros da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, conversamos com os técnicos, com o Dr. David Zee, para encontrar uma saída. Chegamos ao ponto de irmos ao ministro dos Esportes, em Brasília, para discutir a liberação de uma verba para que possamos fazer esse trabalho na Baía de Guanabara.
>> JH – A Parceria Público Privada…
>> Nivaldo Mulim – Também funcionaria a PPP. Seria muito interessante. Penso que seria muito interessante. Então, nós estamos fazendo tudo. Acredito que nós vamos ter duas reuniões da Comissão com os técnicos. Estamos aguardando novas propostas, porque na última Audiência Pública os técnicos ficaram de apresentar novas propostas, mas a mais viável até agora são as UTRs.
>> JH – O deputado André Corrêa, secretário estadual de Meio Ambiente, jogou para daqui a 20 anos a despoluição da Baía, com o respaldo do governador. O que o Senhor acha que ele está pensando?
>> Nivaldo Mulim – Ele está muito esperançoso, inclusive esse projeto já foi apresentado a ele. Só tem que o estado não tem a verba, mas ele está esperançoso e acha que vai ter a solução que todos nós queremos. Se realmente nós conseguirmos essa verba para implantar as UTRs, vamos conseguir minimizar bastante a poluição da Baia da Guanabara.
Picciani na Defesa
Quando da votação das contas conjuntas dos governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, relativas ao exercício financeiro de 2014, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, passou a presidência ao vice-presidente Wagner Montes e desceu ao Plenário Barbosa Lima Sobrinho, a seguir subiu à tribuna para defender as contas de Cabral e Pezão, que momentos antes tinham sido criticadas pelos deputados de oposição.
Picciani tem sido, desde o início do ano, um dos mais fortes aliados e defensores do governador Luiz Fernando Pezão, assumindo tal posição sempre fazendo uso da tribuna, exatamente para mostrar isenção em relação à presidência do legislativo fluminense. Durante a defesa, Picciani lembrou os investimentos feitos pelo governo estadual em infraestrutura, inclusive com a participação do governo federal.
Picciani fez um comparativo da queda de receita do governo federal que prejudicou a transferência de recursos federais aos e stados e municípios, mas que nem por isso o governo Pezão, que deu continuidade ao governo Sérgio Cabral, deixou de investir em infraestrutura, educação e saúde.