Nas rodadas finais do Campeonato tudo parece favorecer o Palmeiras

Flamengo fica seis pontos para trás e é ultrapassado pelo Internacional
(Divulgação/Lance)

Há um cheirinho de porco no ar. Com os resultados desta 32ª rodada, o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari reabriu uma clareira de cinco pontos sobre o segundo lugar, o Internacional, e seis sobre o Flamengo. Essa vantagem compensa, de certa forma, a eliminação alviverde para o Boca Juniors na Libertadores da América e praticamente dá o Campeonato Brasileiro por encaminhado, se não encerrado.
De posse da matemática mais básica, aquela que não vê as curvas de aproveitamento de pontos, o otimista poderá dizer que absolutamente tudo é possível: oras, se o Palmeiras perder todas as seis rodadas que lhe restam, até o Grêmio, quinto colocado com 11 pontos atrás, pode ser campeão.
Mas não é assim. O Palmeiras não perde pelo Brasileiro desde a 15ª rodada, em um longínquo 27 de julho no qual o Fluminense o derrotou por 1 a 0, gol de Gilberto. Naquela madrugada, o técnico Roger Machado foi demitido, abrindo caminho para Scolari, que deixara o Guangzhou Evergrande, da China. Desde então, são escandalosas 17 rodadas sem perder no torneio nacional.
Para dizer com firmeza a colorados e rubro-negros que seus clubes ainda têm chances de título, é preciso desconhecer a tabela palmeirense. Daqui até o fim, os líderes enfrentarão clubes que não passam qualquer segurança a respeito de resultados positivos.
O próximo rival do Palmeiras é o Atlético-MG, que sofreu quatro derrotas e um empate em suas últimas cinco partidas de Brasileiro. Depois, o time recebe o Fluminense e visita o cadáver do Paraná Clube; recebe um América-MG que hoje estaria rebaixado; encara um Vasco entre o desespero e o desinteresse; e encerra sua campanha contra o irregularíssimo Vitória, hoje empatado com o América-MG.
O futebol é maravilhoso porque, sim, um desses seis clubes pode realmente infligir ao Palmeiras a derrota brasileirônica que não acontece há 112 dias. O difícil é acreditar que DOIS deles poderiam cometer essa façanha, e ainda apostar que Internacional ou Flamengo chegariam à perfeição.
Nos últimos cinco jogos, o Inter distribuiu pontos. Perdeu para o vice-lanterna Sport, empatou com Santos e Vasco. A vitória sobre o Atlético-PR ontem, de virada, parece pouco para reencontrar uma fé perdida.
Ao Flamengo, talvez seja mais recomendável estancar um foco de discussões que nem se senta no banco. A crise aberta por Diego Alves mostra que, além da dificuldade de matar os jogos decisivos, o Flamengo não soube priorizar a única prioridade que poderia ter.
Hoje, a insubordinação do goleiro tumultua um ambiente já tensionado por eleições. Se contaminar corações e mentes, pode até deixar a vaga direta para a Libertadores escapar. Cinco pontos separam o Flamengo do Grêmio, primeiro clube fora da G-4. Ambos se enfrentam a três rodadas do fim (Márvio dos Anjos).

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