Moradores reclamam da lambança da obra em uma das alças do viaduto, no trecho de acesso às zonas eleitorais
Reinaugurado pelo prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, e várias autoridades, no dia 26 de outubro, o viaduto padre João Musch continua sendo alvo de críticas da população. As obras de restauração e de içamento dos dois blocos da estrutura, que já haviam cedido cerca de 10 centímetros e ameaçaram desabar, receberam reforço e estaria fora do risco de colapso.
Entretanto, as ferragens da estrutura de ferro ao longo dos 120 metros de extensão do viaduto, continuam apodrecendo e é visível por todos os lados. “Eles fizeram uma obra emergencial, visando as eleições”, disse Joaquim Liberato de Oliveira, 48 anos, morador das proximidades. “A obra atrasou, o governo não conseguiu inaugurar no período eleitoral e, assim teria preferido se livrar logo do abacaxi e decidiu entregar ao povo o trabalho mau acabado”, completa o morador.
Atoleiro
Exemplo de descaso da obra pode ser visto na cabeceira do viaduto, pelo lado da rua Dr.Mário Guimarães. Ao lado direito da alça de quem desce por esta artéria para atravessar para o lado da Via Light, está um trecho que dá acesso às zonas eleitorais de Nova Iguaçu. “Despejaram neste local um resto de massa de cimento, certamente sobras da obra, e deixaram outra parte em terra cheia de mato, sem qualquer beneficiamento. Com as chuvas, o local se transformou em um grande atoleiro, uma vergonha um descaso por parte do prefeito”, reclama dona Adalgisa Matias do Nascimento, 63 anos, que usava o trecho como acesso para a rua Bernardino de Melo.
Remendo novo
Dona Mirtes Teixeira de Souza, 55 anos, moradora das proximidades do viaduto, disse que durante a campanha para prefeito, Rogério Lisboa andava com a Bíblia Sagrada na mão, falando versículos bíblicos aos eleitores. “Aproveito a lembrança para pedir que o prefeito leia o livro de Mateus, capítulo 9 e versículo 16. A partir daí, reflita o que ele fez no viaduto”.
De acordo com a passagem bíblica citada pela moradora, está escrito o seguinte: “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque o remendo tira parte do vestido, e fica maior a rotura”. Ou seja, o conserto mal feito fica ainda mais feio e chama a atenção de todos. Além disso, o reboco por baixo do viaduto, onde nada foi feito, continua caindo aos pedaços pelo chão.
