Major da PM é morto a tiros perto de casa em Nova Iguaçu

O cinto de segurança do veículo afivelado sobre o corpo pode ser uma prova de que o major Luna fora surpreendido pelos criminosos e nem conseguiu sair do banco do carro

Um major da Polícia Militar foi morto a tiros, na manhã de terça-feira (27), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Alan de Luna Freire, de 40 anos, foi assassinado enquanto trafegava pela Avenida Pensilvânia, no bairro Jardim Esplanada. O crime ocorreu por volta das 8h30, a 500 metros de onde o militar morava. Mais de 30 capsulas deflagradas de fuzil foram encontradas no local.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o carro da vítima com diversas marcas de balas. A maioria dos tiros foi concentrada próxima à porta do motorista. Segundo informações iniciais, os atiradores sabiam que o veículo do PM tinha blindagem, exceto na região da maçaneta, onde foram feitos os disparos. Pelo menos 15 cápsulas de fuzil ficaram espalhadas ao lado do automóvel do policial. Um Palio, que estava estacionado em uma casa na rua onde o crime aconteceu, também foi atingido pelos disparos. O motorista, que saía no momento do assassinato, é a principal testemunha e por pouco não foi atingido pelos disparos.
Após o crime, vários parentes do major se encaminharam para o local do ocorrido. A esposa do policial precisou receber atendimento médico ao saber da morte do marido. O casal e o único filho, de três anos, moravam no bairro há pouco mais de um ano, e haviam chegado de viagem na segunda-feira. “Ela precisou receber um medicamento na veia porque ficou muito nervosa. O filho é pequeno e amava o pai”, disse uma moradora que não quis se identificar
A dona de casa Fernanda da Silva, de 43 anos, que mora há quatro anos no local, conta que foi acordada pelo barulho dos tiros. “Foi desesperador. Foram muitos tiros. Fui ver o que havia acontecido e vários motoristas dando ré”, contou.
Ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime. A Delegacia de Homicídio da Baixada Fluminense (DHBF) foi encaminhada ao local, e um helicóptero sobrevoa a região. Câmeras de segurança do bairro devem ajudar nas investigações.
A Polícia militar emitiu uma nota lamentando a morte do major Luna, que estava na Corporação há 17 anos. Segundo colegas de profissão, o militar participou de uma série de operações em que foram presos cúmplices de Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, 39, chefe do tráfico de drogas em comunidades da Ilha do Governador. Guarabu é o traficante mais antigo em atividade no Rio, e procurado pela polícia. Em maio deste ano, o oficial foi homenageado na Câmara Municipal do Rio com uma moção de louvor e aplausos, assinada pela vereadora Tânia Bastos (PRB).
O oficial dirigia seu veículo próximo de sua residência, em Nova Iguaçu, quando criminosos encapuzados e portando fuzis, em um Toyota Corolla de cor prata, efetuaram diversos disparos. Ele foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
Ainda não há informações sobre o sepultamento. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso.

Bairro cercado por cancelas
Por segurança, há anos moradores do bairro Jardim Esplanada decidiram fechar as ruas que dão acesso a Rodovia Presidente Dutra. O motivo é o alto índice de roubos e assaltos na região. Atualmente, quem vive no local já se acostumou com as cancelas que fecham alguns acessos do bairro à principal rodovia do estado.

Ameaçado de morte
Há informações de que o major Luna estaria recebendo ameaças de morte e que o autor das ameaças seria o traficante Antonio Eugênio de Souza, o Batoré. Ele é apontado pela polícia como o “matador” da quadrilha chefiada por Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, de 39 anos, o traficante mais antigo no poder do Rio.
As ameaças estariam ocorrendo por causa de prisões feitas por Luna e sua equipe – o agente trabalhava no Serviço Reservado (P-2) do 17º BPM (Ilha do Governador) — de integrantes do bando de Guarabu no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Além disso, o major participou de uma operação na comunidade, junto com a Polícia Civil, no início deste mês, na qual dois seguranças do traficante foram mortos.

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