Guedes cancela ida à Europa por motivo de saúde

(André Valentim/Veja)

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a viagem à Europa onde participaria do evento “Grandes desafios da América Ibérica”, por causa de uma infecção. De acordo com a assessoria, o economista está com febre alta, resultante de uma infecção viral nas vias respiratórias e recebeu recomendações médicas para manter repouso absoluto.
Como as viagens de avião nesta semana também foram desaconselhadas, a expectativa é que Guedes permaneça em sua casa, no Rio de Janeiro. No evento organizado em Madri pela Fundación Internacional para la Libertad, Guedes participaria, ao lado do também futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de um painel intitulado “Brasil, principais alinhamentos do novo governo”, mediado por Vargas Llosa, presidente da fundação.
A intenção inicial era aproveitar a viagem também para apresentar a agenda econômica do próximo governo para grandes investidores interessados no Brasil e mídia especializada. Todos os compromissos foram adiados.

Paulo Guedes nega irregularidades

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou no sábado (1º) que não tem conhecimento sobre o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar Paulo Guedes, confirmado para o Ministério da Economia. Ele participou da cerimônia de formatura de aspirantes a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) onde se formou em 1977.
“Desconheço investigação sobre Paulo Guedes. Eu integro o Poder Legislativo e integrarei o Executivo. Isso compete ao Judiciário”, disse o presidente eleito referindo-se à investigação, aberta pela polícia, para verificar suspeitas de irregularidades na gestão financeira de fundos de investimento.
A abertura do inquérito foi um pedido do Ministério Público Federal à PF. Guedes negou irregularidades.
Após responder sobre o caso de Guedes, Bolsonaro comparou o caso com o processo aberto contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao crime de estupro e injúria.
“Eu sou réu no Supremo Tribunal Federal. E daí? Todo mundo que eu converso, sendo amigo ou não, diz que é uma coisa que beira o absurdo. Eu estava defendendo uma mulher, vítima de estupro. E eu defendi uma condenação para o estuprador. O outro lado defendia que o estuprador deveria ser tratado como um garotinho que apenas abusou por cinco dias e matou uma menina de 16 anos de idade. E eu acabei sendo réu. É justo isso? O povo entendeu que não, tanto é que votou em mim.”

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