Presidente de honra da Grande Rio é preso por lavagam de dinheiro

De acordo com o Ministério Público estadual, o patrono da Grande Rio usava loja de chinelos e loteria para lavar dinheiro

O presidente de honra da Acadêmicos do Grande Rio, Antônio Jaider Soares da Silva, usava uma loja de chinelos e uma casa lotérica para lavar dinheiro proveniente do jogo do bicho. A descoberta foi feita numa investigação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual e do Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil. Jaider, como é conhecido, é o principal alvo da operação Mala Fortuna, que cumpriu mandados de busca e apreensão em 11 lugares — a quadra e o barracão da Grande Rio entre eles — ontem, quinta-feira.
Segundo a denúncia do MP encaminhada à Justiça, a empresa Bazar Drx de Duque de Caxias, uma loja de calçados que funcionava com o nome fantasia Botequim de Chinelos, que tinha como sócios o filho de Antônio Jaider, Yuri Reis Soares, e Paulo Henrique Melo Rufino, era usada pela quadrilha para fundir “os valores auferidos de modo ilícito com os recursos lícitos dos quais dispunha a empresa”. Ainda segundo os promotores, Yuri e Paulo Henrique eram “laranjas” da quadrilha e forneciam a conta da empresa para que o dinheiro proveniente do jogo ilegal fosse dissimulado. Em 2014, Yuri deixou o quadro societário da empresa.
O MP mapeou uma série de transações bancárias da conta da empresa para as contas dos sócios. Em 2014, por exemplo a empresa remeteu R$ 148 mil a Paulo Henrique. Em contrapartida, Paulo Henrique transferiu a quantia de R$ 174 mil para a empresa. Ao final da investigação, Paulo Henrique e Yuri foram denunciados.
Outro alvo da operação é Leandro Jaider Soares da Silva, sobrinho de Antônio Jaider. De acordo com a investigação, Leandro é sócio de diversas empresas, entre elas a Para Todos Loteria Ltda, uma casa lotérica. De acordo com a denúncia, a empresa, “entre os anos 2006 a 2014, apresentou valores negativos de caixa, bem como receita líquida oscilante, evidenciando a movimentação de valores estranhos a sua atividade mercantil”. Ainda segundo o MP, Leandro, que só em 2012 teve um acréscimo de renda líquida de 211%, apresentou “evolução patrimonial incompatível com a renda declarada evidenciando a dissimulação da movimentação de quantias estranhas a sua atividade profissional” ao longo da investigação.
A investigação também localizou uma movimentação financeira suspeita diretamente para a conta do presidente de honra da Grande Rio. Segundo a denúncia, Antônio Jaider, “no ano de 2012, recebeu a quantia R$ 600 mil de pessoas físicas sem informação quanto à origem”. Para o MP, “sua evolução patrimonial e os gastos com cartão de crédito são incompatíveis com sua renda líquida declarada nos anos de 2006 a 2012”.
A investigação também concluiu que Antônio Jaider também domina o jogo ilegal em Manaus, no Amazonas. Segundo a denúncia, há comprovantes de repasses de empresas do estado da Região Norte “para contas das empresas utilizadas na lavagem de capitais” no Rio.
A investigação é um desdobramento da operação Dedo de Deus, de 2011, que identificou 44 suspeitos de controlar o jogo do bicho na Baixada Fluminense e na Região Serrana do Rio. A operação também está cumprindo o bloqueio e sequestro de bens dos denunciados no valor de R$20 milhões.
Dois policiais militares duelaram num bar no Centro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no fim da noite desta quarta-feira. Um deles morreu e o outro ficou ferido. O motivo para o desentendimento entre os agentes, segundo informou o 20º BPM (Mesquita), foi que um deles assediou a mulher do outro, que também é PM.
O caso ocorreu por volta das 23h50. O soldado do 16º BPM (Olaria) Rodrigo Cardoso Figueiredo estava com a mulher, a também soldado Jéssica Aparecida Mello dos Santos Pimentel, lotada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Borel, no bar Canela Russa, na Rua Antônio Teixeira. De acordo com o 20º BPM, em determinado momento o sargento do 17º BPM (Ilha do Governador) Robson Nóbrega Santana, de 42 anos, assediou Jéssica.
Rodrigo viu a cena. Houve discussão e os policiais acabaram sacando suas armas. O sargento Robson foi atingido na cabeça e morreu no local. Já Rodrigo ficou ferido na coxa direita. Ele foi socorrido no Hospital Geral de Nova Iguaçu e recebeu alta após receber atendimento.
As pistolas dos agentes foram apreendidas. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). O sargento Robson Santana estava na Polícia Militar havia 15 anos. Ele era solteiro e deixou dois filhos.

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