Operação contra policiais e delegados acusados de extorsão

Inspetores da delegacia de Duque de Caxias exigiram dinheiro para não prenderem os empresários

A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) realizou, na manhã de ontem, quarta-feira, com apoio da Corregedoria da PM, uma operação contra policiais civis e militares de Duque de Caxias. Na Operação Carrara, como foi chamada, cumprem mandados de prisão contra os inspetores Gabriel Jorge Oliveira de Medeiros e Janderson Nascimento de Morais, ambos da delegacia do município da Baixada Fluminense (59ª DP).
Eles são acusados de extorquir empresários para liberar uma carga de mármore apreendida com nota fiscal irregular, em agosto passado.
Além dos mandados de prisão, os agentes pretendem cumprir oito mandados de busca e apreensão contra os inspetores e cinco policiais militares do batalhão de Duque de Caxias (15º BPM). Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal do município e a operação conta a participação de cinco delegados da Polícia Civil, 20 policiais civis e 15 PMs. Gabriel já tinha sido preso em agosto, em decorrência da operação Quarto Elemento, que mirou policiais que praticavam extorsão.
“Esta é mais uma operação que demonstra quão incansável é a Corregedoria da Polícia Civil no combate da mais antiga prática de desvio funcional, a corrupção policial. Não nos importa afirmarem que estamos enxugando gelo; enquanto houver gelo, vamos enxugá-lo arduamente”, enfatiza o corregedor da Polícia Civil, o delegado Gilson Emiliano.

Investigações
As investigações da operação começaram quando os dois policiais da 59ª DP (Caxias) atenderam a uma ocorrência de militares do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 15º BPM. Na ocasião, empresários de uma marmoraria que tinham recebido uma carga de mármore com nota fiscal irregular foram levados para a 59ª DP. Os motoristas do caminhão que fizeram a entrega também foram encaminhados para a DP.
Após serem ameaçados de prisão, os empresários pagaram R$ 10 mil aos policiais civis, valor que foi entregue no mesmo dia, na parte externa da delegacia. Toda a ação foi registrada por agentes infiltrados e comprovada após a análise de diversas câmeras de segurança.
Os PMs do 15º BPM envolvidos no caso também foram indiciados com pedido de prisão preventiva. Como eles estão na alçada da Justiça Militar, a decisão sobre a prisão deles está sendo analisada pela Justiça Militar Estadual.
Os policiais civis alvos da operação também vão responder a inquérito interno da corporação, podendo ser demitidos ao final das investigações.

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