Justiça pede afastamento do prefeito de Belford Roxo

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu ontem o afastamento de Waguinho da Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O município está em calamidade financeira desde 2016, mas, no entender do promotor Vinicius Cavalleiro, várias são as irregularidades que configuram improbidade administrativa.
Na ação civil pública, o MP lista “inúmeros atos administrativos” praticados por Waguinho que já vinham sendo questionados diante da situação do município: a derrubada do pórtico da entrada da cidade; a criação de cerca de 20 secretarias municipais; o provimento de milhares de cargos em comissão; a alteração das cores oficiais do Município, importando em repintura dos equipamentos públicos;
Pesa ainda contra o prefeito Waguinho, também conhecido como “Exterminador do Passado”, apelido que ganhou ao derrubar o pórtico construído pelo primeiro prefeito da cidade, “a derrubada de creche municipal, que havia sido impugnada judicialmente eirregularidades na compra de uma estrutura pré-construída, em substituição a todos os pontos de ônibus da cidade.
Além disso, no início do ano, apesar da crise na prefeitura de Belford Roxo, Waguinho anunicou aumento do número de secretarias do município. “A despeito dessas custosas medidas, tomadas pelo chefe do Executivo municipal, são notórias as dificuldades financeiras atravessadas pelo Município de Belford Roxo, com atrasos em pagamentos de servidores, deficiência na prestação dos serviços de saúde e educação, dentre outros”, escreveu o promotor.
“Ao invés de o réu enveredar esforços para realizar uma ação planejada e transparente, tentando corrigir os desvios que afetaram o equilíbrio nas contas públicas, ele optou por instituir e manter um estado de excepcionalidade financeira e administrativa, através da edição de uma série de decretos que criaram e que mantém, até os dias atuais, a calamidade financeira. Estado esse que, ainda assim, não aplica as medidas de gestão cautelosas que a legislação determina”, prosseguiu.
Vale lembrar que o único vereador de oposição na Câmara, Cristiano Santos, já impetrou mais de 30 ações na justiça contra o que ele classifica de “irregularidades” do governo Waguinho.

Polêmicas
Em outubro deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) condenou o prefeito de Belford Roxo e o seu vice, Márcio Canella, ao pagamento de multa de R$ 33 mil por propaganda eleitoral antecipada.
Em maio, a prefeitura fechou um contrato sem licitação de R$ 800 mil com a empresa que financiou a campanha de Waguinho. O acordo prevê o aluguel de um imóvel para a instalação da sede da secretaria de Assistência Social e Cidadania.
Em março deste ano, o TRE também cassou os diplomas do prefeito e também de seu vice por irregularidades na arrecadação e também nos gastos durante campanha eleitoral.

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