Bolsonaro reúne ministros para tratar de prioridades do governo

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante de todo o ministério já empossado, o presidente Jair Bolsonaro iniciou ontem , no Palácio do Planalto, a primeira reunião do primeiro escalão de seu governo. O encontro, que ocorre dois dias depois da posse, deve concentrar temas prioritários de cada área.
Desburocratização e enxugamento da máquina pública e melhoria da qualidade de serviços prestados à população brasileira estarão sobre a mesa. Hoje, mais de 300 funcionários comissionados que integravam a Casa Civil da Presidência da República na última gestão foram exonerados. A medida foi adotada para uma nova composição de equipe mais alinhada com o novo governo.
Temas mais específicos – como o avanço da reforma da Previdência – que exige esforço redobrado das equipes econômicas e de articulação política, também devem tomar grande parte das conversas.
Ao longo de toda a transição, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, conversou com parlamentares para tentar construir uma relação entre o Legislativo e o Executivo dentro de novos moldes.
Determinado a pôr fim à política do “toma lá, dá cá”, baseada na concessão de cargos em troca de apoio em votações no Congresso Nacional, Onyx costurou, ao longo das últimas semanas, um diálogo em busca de uma base forte que possa garantir o avanço de projetos como a revisão da lei previdenciária. O tema é defendido como fundamental para o equilíbrio das contas públicas.
Paralelamente, a equipe comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, busca o melhor formato de texto com o propósito de garantir o avanço da proposta.

Encontro com OMC para ampliar negócios do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu também ontem (3), às 14h, com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador brasileiro Roberto Azevêdo. No cargo há cinco anos, o diplomata foi reconduzido em 2017 – por unanimidade – para permanecer na função até 2021.
Bolsonaro indicou que pretende ampliar o comércio do Brasil com os Estados Unidos, Israel e países vizinhos. Após a posse, o presidente da República se reuniu com representantes de vários países, incluindo Japão e Portugal, que também têm interesses comerciais com o Brasil. Na quarta (2), durante cerimônia de transmissão de posse, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, condenou o que classifica de “globalismo” na política externa e a forma como os acordos comerciais vêm sendo conduzidos.
“Um dos instrumentos do globalismo, para abafar aqueles que se insurgem contra ele, é espalhar que para fazer comércio e negócios não se pode ter ideias nem defender valores”, disse. De acordo com Ernesto Araújo, será criado um setor de promoção comercial no Ministério das Relações Exteriores para desburocratizar as representações internacionais.

O país atrairá muitos investimentos

Pouco antes da primeira reunião ministerial após a posse do novo governo, o presidente Jair Bolsonaro usou ontem (3) o Twitter para reforçar que sua equipe vai trabalhar para atrair investimentos ao país. A área de infraestrutura está no centro da estratégia.
“Rapidamente atrairemos investimentos iniciais em torno de R$ 7 bilhões”, afirmou. A aposta baseia-se principalmente na expectativa de concessões de ferrovias além dos 12 aeroportos e quatro terminais portuários.
“Com a confiança do investidor sob condições favoráveis à população, resgataremos o desenvolvimento inicial da infraestrutura do Brasil”, disse Bolsonaro. A declaração foi feita pouco menos de uma hora antes da primeira reunião do presidente Jair Bolsonaro com o Conselho de Ministros, no Palácio do Planalto. Com a expectativa da presença dos 22 ministros, incluindo a Advocacia-Geral da União e o Banco Central que devem perder status de ministério. Bolsonaro anunciará o cronograma de medidas que devem ser adotadas nos primeiros dias de governo. Alguns dos temas que devem compor esta agenda são a lista de privatizações e o enxugamento da máquina pública. As 300 demissões foi um deles.

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