Após morte de PM, Wilson Witzel promete se esforçar para combater o tráfico


Governador Wilson Witzel esteve no enterro do PM Daniel Mariotti, morto na Linha Amarela

O domingo amanheceu com centenas de homens das polícias Civil e Militar entrando em seis favelas de Manguinhos e do Jacaré, enquanto helicópteros davam rasantes nas comunidades. Era a primeira operação conjunta deste ano, concebida como resposta ao primeiro assassinato de um PM em 2019.

—Vou usar todos os esforços e meios para asfixiar e aniquilar o crime organizado — prometeu o governador Wilson Witzel.

Houve confrontos na megaoperação. Um suspeito foi morto, e policiais prenderam quatro pessoas e recolheram cerca de uma tonelada de drogas. Dois carros ficaram cravejados de balas, e moradores acusaram agentes de truculência. À tarde, no enterro do soldado Daniel Henrique Mariotti, de 30 anos, baleado no sábado na Linha Amarela, Witzel afirmou que novas operações acontecerão se ocorrerem casos semelhantes.

— A morte do policial Mariotti e de qualquer cidadão de bem sempre vai resultar em ações das polícias Civil, Militar e da Secretaria de Administração Penitenciária. Não vamos permitir que o crime organizado continue barbarizando nossa sociedade. Não vamos agir com rigor apenas após a morte de um policial, um herói, mas também após a morte de cada pai de família, de cada criança ou jovem. Vamos agir cada vez mais coordenados, com mais reforços e técnica. Temos a convicção de que vamos vencer o crime organizado. O estado é mais forte — disse Witzel.

Witzel foi ao enterro no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, e ajudou a carregar o caixão. Ele estava acompanhado de seu vice, Cláudio Castro; dos secretários das polícias Civil e Polícia Militar, Marcus Vinicius Braga e Rogério Figueredo; do deputado estadual Rodrigo Amorim; e do senador Flávio Bolsonaro. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro, pelo Twitter, deu os pêsames à família de Mariotti e disse que “Legislativo, Executivo e Judiciário, juntos, devem, na lei, propiciar garantias para que o bem vença o mal”.

Também presente no enterro, a secretária estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fabiana Bentes, anunciou a criação de uma coordenadoria para atendimento a famílias de agentes de segurança assassinados. Já o coronel Rogério Figueiredo disse que a morte de Mariotti exige uma revisão de protocolos da PM, já que ele estava sozinho numa motocicleta, em serviço, quando foi baleado na cabeça ao tentar impedir um arrastão na Linha Amarela, altura de Bonsucesso.

— Planejamento tem que ser sempre reavaliado. A cada fato, podemos rever protocolos. Ele (Mariotti) estava numa equipe, mas um pouco à frente. Então, ficou vulnerável — explicou o secretário, completando que não permitirá “qualquer enfrentamento a um policial militar”: — Daremos resposta, dentro da forma da lei.

A morte do soldado, que tinha um filho de 3 anos, acabou expondo um outro problema. Mariotti, que era lotado no 22º BPM (Maré), chegou a ser levado ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas não havia neurocirurgião no local para operá-lo. Witzel, que foi à unidade, determinou o deslocamento de dois médicos do Hospital da PM, no Estácio, porém, já era tarde.

— Eu fiz a minha parte. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros tomaram as providências para conseguir um neurocirurgião. Tivemos, por alguns instantes, a esperança de que ele seria submetido a uma

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