Inquéritos sem conclusão sobre assassinatos ligados à contravenção e milícias serão retomados

Assassinato sem autoria: Missa de sétimo dia pela morte de Marcos Falcon, presidente da Portela Foto: reprodução

Inquéritos sem conclusão sobre assassinatos adormecem em escaninhos do cartório da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital ou do Fórum do Rio. Em comum, têm poucas páginas, curtos depoimentos de testemunhas e relatos com poucos detalhes das ocorrências. Quando muito, guardam alguma imagem do local de crime. Além da falta de apuração, o que chama a atenção é o fato de vários apresentarem indícios de envolvimento da contravenção ou de milícias nos crimes. É nessa ferida aberta que o diretor do recém-criado Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, promete mexer. Ele disse, nesta quarta-feira, que determinará a reabertura de várias investigações que não chegaram ao fim.

Em um levantamento, ficou constatado que, nos últimos 15 anos, pelo menos 19 homicídios supostamente relacionados a contraventores ou milicianos não foram esclarecidos. A lista começa com o assassinato do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, praticado em 28 de setembro de 2004, quando ele saía de uma academia de ginástica na Freguesia, Jacarepaguá, e termina com a execução, em 14 de março de 2018, do empresário Marcelo Diotti da Mata no estacionamento de um restaurante na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca.

Entre os 19 homicídios pesquisados  dez têm como vítimas policiais ou ex-policiais. A maioria dos crimes foi praticada com pistolas e fuzis, mas há um caso que faz lembrar cenas de filmes sobre a máfia italiana. O Gaeco, por conta das investigações do caso Marielle, já estava analisando investigações inconclusas da DH relacionadas a disputas territoriais. Como vários inquéritos têm poucas páginas, promotores passaram a suspeitar que a falta de elucidação dessas mortes não é fruto de incompetência policial, mas de desinteresse. Além disso, avaliam a hipótese de existir uma relação entre parte desses crimes e o assassinato da vereadora.

 

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