Laudo feito a pedido da defesa inocenta Doutor Bumbum da morte de bancária

Um laudo elaborado a pedido da defesa de Denis Cesar Barros Furtado, o Doutor Bumbum, inocenta o médico da morte da bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci, de 46 anos. De acordo com o documento, assinado pelo perito Leví Inimá de Miranda e obtido pelo EXTRA, Lilian foi vítima de um “infarto miocárdico agudo”, sem relação com a aplicação de PMMA — um derivado de acrílico — nos glúteos feita pelo médico um dia antes da morte.

Lilian saiu de Cuiabá para fazer o procedimento estético com Denis em uma cobertura na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, em julho do ano passado. Um dia depois do aplicação, ela passou mal e foi levada para o hospital pelo próprio médico, onde morreu horas depois, após quatro paradas cardiorespiratórias. O laudo de necrópsia produzido pelo IML atestou que a causa da morte havia sido uma embolia pulmonar. Doutor Bumbum foi preso no dia 19 de julho e responde pelo crime de homicídio qualificado.

No laudo produzido à pedido da defesa, que será anexado ao processo, Inimá alega que o diagnóstico de embolia pulmonar é “errado e precipitado”. Com base num exame de sangue e num eletrocardiograma realizados na paciente, o perito afirma que “restou caracterizado um infarto miocárdico agudo. E esse infarto jamais foi visto, detectado e diagnosticado. Com os diagnósticos eletrocardiográfico e enzimático, a senhora Lilian tinha de ter sido encaminhada, de imediato, ao Laboratório de Hemodinâmica, para submetê-la a uma angioplastia coronariana. Porém, ela ficou o tempo todo em uma sala da Emergência”.

A bancária Lilian Calixto veio para o Rio, de acordo com a família, para fazer o procedimento estético com o Doutor Bumbum Foto: Reprodução

Ainda segundo o perito, que será assistente de acusação no processo, “o infarto miocárdico agudo não tem nexo de causalidade com o implante do PMMA em região glútea. Assim, a paciente morreu naquela emergência sem diagnóstico e sem qualquer tratamento para o infarto miocárdico agudo”. Além de Doutor Bumbum, são réus no processo pelo homicídio a médica Maria de Fátima Barros Furtado, mãe do Dênis, a secretária e namorada dele, Renata Fernandes Cirne, e sua empregada doméstica, Rosilane Pereira da Silva.

No entanto, em agosto do ano passado, um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) do Rio indicou que a causa da more da bancária Lilian Calixto teria sido embolia pulmonar – quando o fluxo sanguíneo do pulmão é interrompido, porém é inconclusivo. O perito usou o termo “embolia em chuveiro”, porque havia micro partículas espalhadas pelo pulmão, impedindo a oxigenação do sangue. O laudo, porém, era inconclusivo.

Antes de ser preso, o médico fez um vídeo, que postou em suas redes sociais, para dizer que as acusações de que ele não é médico e que não era habilitado para realizar o procedimento são “injustiças”.

“Boa tarde senhores. Como todo mundo sabe, aconteceu uma fatalidade, mas uma fatalidade acontece com qualquer médico”, disse Denis.

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