Parentes de mortos durante chacina em São Gonçalo e Itaboraí dizem que vítimas eram inocentes

Abalada, Janaína (sentada, de camiseta preta) é amparada por amigos e parentes no IML de Tribobó Foto: reprodução

Parentes de quatro dos sete mortos numa chacina ocorrida no limite entre os municípios de São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, afirmaram, na manhã desta segunda-feira, que as vítimas eram inocentes. A mãe de uma delas, o jovem Hércules Souza Costa, de 21 anos, disse que seu filho era vendedor. Abalada, Janaína contou que o rapaz trabalhava numa lanchonete em São Gonçalo.

A hipótese de retaliação por causa da morte do policial militar Rodrigo Marques Paiva, ocorrida no último dia 17 num trailer perto da região da chacina, é considerada pela investigação da Polícia Civil sobre os sete assassinatos. Outra possibilidade é de guerra entre facções rivais de traficantes.

Segundo parentes de vítimas, quatro homens encapuzados foram responsáveis pelos disparos. Moradores da localidade contaram que todos ouviram sobre a possibilidade de retaliação após a morte do PM.

Janaína contou que recebeu o relato de que homens encapuzados passaram atirando, por volta de meia-noite, contra um trailer que fica na Avenida Cabo José Rodrigues, na praça principal do BNH, em São Gonçalo.

— O trailer era perto da casa onde ele (Hércules) morava, no terreno da sua ex-sogra. Ali é muito perigoso, mas nunca havia acontecido nada com ele — afirmou a mãe, que tem outros três filhos e foi ao Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo, na manhã desta segunda-feira, para liberar o corpo do filho.

O ataque vitimou também Débora Rodrigues, de 46 anos, que seria a dona do trailer, e Michael Douglas. Outro dos mortos foi assassinado também em frente ao trailer no BNH, na Rua Isolina Porto Lopes.

Renan Trigueiro, de 21 anos, Gabriel Trigueiro, de 19, e Rodrigo Braga, de 39, foi outro grupo assassinado. Os três eram parentes — primos e tio —, e foram alvejados em casa. Segundo um parente deles, que não quis se identificar, uma pessoa bateu no portão e, quando ele foi aberto, os três foram logo atingidos.

— O Renan havia acabado de entrar de férias. Ele havia ido à praia com a namorada — contou o parente.

Gabriel deixou um filho de 8 meses e Rodrigo, um de 1 ano e 4 meses. Todos os parentes afirmaram os três não tinham ligação com o tráfico.

— Foi muita covardia. O Gabriel estava dormindo, foi assassinado na cama. Ele estava muito feliz com o filho — afirmou uma familiar.

 

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