Major preso por suspeita de envolvimento na morte de Marielle Franco será julgado por chacina na Baixada

O major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, após ser preso Foto: reprodução

O major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, de 43 anos — preso nesta terça-feira na operação Os Intocáveis por suspeita de participação nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes —, vai a júri em 10 abril deste ano. Ele é réu no processo que julga o caso que ficou conhecido como Chacina da Via Show.

Em 6 de dezembro de 2003, quatro jovens foram brutalmente assassinados na saída de uma festa. Renan Medina Paulino, de 13 anos, Rafael Medina Paulino, de 18, Bruno Muniz Paulino, de 20, e Geraldo Sant’Anna, de 21, teriam se envolvido numa confusão na casa noturna e acabaram sendo sequestrados por PMs que faziam a segurança do local.

As vítimas da chacina da Via Show, em sentido horário: Bruno Muniz Paulino; Renan Medina Paulino; Geraldo Sant’Anna de Azevedo Júnior; e Rafael Medina Paulino Foto: Reprodução

Os jovens foram torturados e executados com pelo menos três tiros de fuzil na cabeça. Os corpos foram localizados num poço cheio de água e lama no meio de um matagal de uma antiga fazenda no distrito de Imbariê, em Duque de Caxias, também na Baixada.

Quatro policiais já foram condenados pelas mortes. Ronald também foi denunciado pelos homicídios, mas o processo contra ele foi suspenso pelo Tribunal de Justiça do Rio. Em agosto do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou que o processo fosse reaberto e, com isso, o PM acabará sentando no banco dos réus.

 

Promoção na PM

 

Na época da Chacina da Via Show, Ronald era capitão. Durante os anos em que seu processo se arrastou na Justiça, ele buscou uma promoção. Em 2010, participou do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. Com autorização do comando da PM, viajou para Recife, em Pernambuco, entre de 31 de maio a 8 de junho daquele ano. E acabou conseguindo chegar a major.

No último ano, Ronald vinha sendo investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime. Ele foi denunciado por comandar os negócios ilegais como grilagem de terra e agiotagem. O oficial foi preso no condomínio fechado Essence, perto do Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio. Segundo moradores, os apartamentos mais caros valem mais de R$ 1 milhão.

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