
A delegada Adriana Belém, titular da 16ªDP (Barra da Tijuca), responsável pela investigação do espancamento da paisagista Elaine Peres Caparroz, de 55 anos, disse nesta segunda-feira, que pretende esclarecer como foi a entrada de Vinícius Batista Serra, de 27 anos, no prédio onde Elaine mora.
— Vou pedir conversas anteriores que os dois tiveram em redes sociais. Vou esclarecer a possibilidade dele ter falado sobre a sensação de matar alguem— disse Adriana Belém.
A delegada acredita na possibilidade de Elaine ter sido dopada:
— Ela (Elaine) relata ter tido lapsos de memória. Lembra de algumas coisas, como o fato de que ele fazia com que ela voltasse a si. Me parece que ele tinha satisfação de fazer a pessoa sofrer— disse a delegada.
Adriana Belém informou ainda que deve concluir o inquérito que apura o caso ainda nesta segunda-feira. Cerca de dez pessoas já foram ouvidas. Vinícius, que não quis falar na delegacia quando foi preso, será ouvido apenas em juízo.
Elaine Caparroz foi espancada, por quatro horas, pelo lutador e estudante de direito Vinícius Serra, no último dia 16. A agressão ocorreu num encontro no apartamento, que foi marcado pela paisagista e pelo estudante, após os dois conversarem por oito meses em uma rede social.
O espancamento causou marcas no corpo da vítima. Elaine sofreu descolamento de retina, perdeu um dente, levou 60 pontos na boca, e ainda está com manchas provocadas por mordidas nos braços e hematomas nas pernas.
Neste domingo, a paisagista disse que acredita ter sido dopada após tomar vinho na sala do apartamento e que não se lembra de como foi levada até o quarto, onde acordou já sendo esmurrada por Vinícius, que luta jiu-jítsu.
— Estava com ele na sala. Brindamos com vinho, e estava tudo ótimo. Em determinado momento da conversa, comecei a perder os sentidos. Era como seu estivesse num plano real do nosso encontro, e esse plano real tivesse se transformado em sonho. De repente, mudou a dimensão da realidade para mim. Eu perdi a noção, era como se eu estivesse delirando. Ainda me lembro dele já, no quarto, sem camisa, com o braço aberto dizendo para eu deitar no braço dele para dormimos juntos. Eu disse “ok” e perdi os sentidos. Quando acordei, já no quarto, estava sendo esmurrada por ele. Acho com 99,9% de certeza que fui dopada por ele. Eu não tinha bebido tanto assim para acontecer isso — disse ela.