Feiras em São Paulo oferecem chances de intercâmbio no exterior

Quatro feiras de intercâmbio são realizadas neste final de semana em São Paulo. Uma delas é a Eduexpo, considerada a maior feira de intercâmbio do mundo. A EduExpo ocorreu no sábado (16) e domingo (17) no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca.
A Eduexpo deste ano conta com mais de 70 expositores, que oferecem oportunidades para aprender um novo idioma, concluir o ensino médio em outro país ou cursar graduação. O destaque é para o Canadá, que tem um pavilhão exclusivo no local, com muitas ofertas de intercâmbio em universidades e escolas canadenses. Para os organizadores é que mais de 6 mil pessoas passarão pelo local até o encerramento.
“A Eduexpo acontece em mais de 30 países e, aqui, um estudante interessado em fazer um curso no exterior pode pegar todas as informações que precisa para o seu intercâmbio”, disse Leticia Piatti, diretora da feira. A Eduexpo, explicou, atende a estudantes de high school [ensino médio no exterior], graduação, pós-graduação, MBA e cursos de curta duração. “E os brasileiros estão entre os que mais viajam para intercâmbio”, ressaltou Letícia em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ela, muitos brasileiros buscam intercâmbios para aprender ou aprimorar o estudo em outra língua ou para melhorar o currículo. “A gente envia muita gente para o curso de línguas, que é um dos mais flexíveis, onde você consegue ver quantas semanas pode ir, às vezes nas férias. E depois da crise aqui [no Brasil], muita gente ficou desempregada e foi melhorar um pouco o currículo”. E não são apenas os jovens que buscam o intercâmbio. “Tem crescido bastante o número de pessoas mais experientes buscando intercâmbio, porque não conseguiram ir antes, quando eram adolescentes, e agora, aposentados, têm oportunidade de ir”, disse Leticia.
Os destinos mais buscados pelos brasileiros são a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Irlanda. “A Austrália, por exemplo, é muito buscada por causa do clima parecido com o do Brasil. No Canadá, a moeda favorece, e o governo de lá é muito receptivo com estrangeiros”, acrescentou.
Oportunidades
Para conseguir um intercâmbio, o estudante precisa, segundo Leticia, pesquisar bastante. “Há muitas oportunidades no mercado. Então, quanto mais ele pesquisar, mais conseguirá ver o perfil que está querendo, o que se encaixa melhor dentro desse perfil. Um mês de um curso de línguas na Nova Zelândia sai por cerca de R$ 6 mil, com acomodação e café da manhã. Então, não é nada absurdo”. Também é preciso observar se o país exige visto de entrada e que trâmites são necessários.
Alguns países, por exemplo, ainda oferecem oportunidade de trabalho para intercambistas. “A Irlanda possibilita trabalho. O Canadá permite trabalhar, mas para quem faz curso superior, ou seja, quem faz graduação ou pós-graduação, há o direito de trabalhar 20 horas semanais e, depois, poderia ficar mais dois anos”, informou Letícia. Candidatos A estudante Michelle Santos, 22 anos, que faz graduação na área de ciências contábeis, visitou a feira neste sábado. Seu principal interesse é por destinos como Malta, para fazer um curso de línguas, ou Irlanda, para uma pós-graduação. “Vim aqui para tirar dúvidas e saber qual o melhor lugar para ir”, disse. “Busco aprimoramento pessoal e profissional”.
“Malta [me atrai] por ser praia, um país tropical. A Irlanda seria para fazer pós-graduação porque minha área vem crescendo bastante, principalmente lá”. Michele considerou os cursos um pouco caros, por isso está pesquisando aqueles que oferecem bolsas. “Entrei em vários sites e estou buscando bolsas. Inclusive, nas palestras, elas [as palestrantes] falaram sobre isso. Mas como é para o final do ano que vem, ainda estou vendo essa questão de juntar dinheiro. Em Malta, os cursos[de idioma] estão variando de R$ 3 mil a R$ 6 mil”.
O estudante e militar Felipe Palma da Silva, 25 anos, busca oportunidade de fazer pós-graduação no exterior, na área de relações internacionais ou economia. “Na área em que atuo e estou estudando aqui no Brasil, que é comércio exterior, é essencial o uso da língua inglesa. Então, além do desenvolvimento da língua inglesa, gostaria de fazer o curso de pós no exterior e voltar para o Brasil com uma bagagem bacana para galgar postos maiores”.
Entre os locais buscados por Silva como destino para o intercâmbio estão os Estados Unidos, o Canadá e a Irlanda. “Eles me atraem porque muitos brasileiros vão para lá e as escolas são referências no mundo inteiro”, ressaltou.
“O investimento é o ponto principal. Ainda não sei ao certo o que vou fazer. Estou juntando dinheiro para viabilizar esse estudo e procurando [na feira] oportunidades de estudo e de trabalho, como uma pós-graduação que me ofereça, por exemplo, uma bolsa ou um trabalho em que possa me manter lá”, acrescentou.
Outras feiras
Além da Eduexpo, também está sendo realizada a 24ª edição do Salão do Estudante que, além de São Paulo, ocorre em mais seis capitais do país. A expectativa é que mais de 30 mil pessoas passem pelo evento. Neste ano, o Salão tem os Estados Unidos como país de honra, com um pavilhão especial que inclui dezenas de instituições americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos. O Salão do Estudante é no Centro de Eventos do Colégio São Luís, na região da Avenida Paulista.
A Feira de Intercâmbio Teen ocorre apenas neste sábado. Especializada em intercâmbio e viagem para estudantes de 7 a 17 anos, é realizada no Hotel Tivoli Mofarrej, na Alameda Santos.
São Paulo também recebe a E-Dublin XP, voltada para intercâmbios na Irlanda. A terceira edição do E-Dublin XP marca o St. Patrick’s Day, feriado mais emblemático da Irlanda, e oferece atividades, palestras para quem pretende trabalhar no exterior ou pensa em fazer intercâmbio ou estudar, além de outros temas relacionados à vida no país. O evento ocorre no Centro de Convenções do Senac Santo Amaro.
Segundo a Pesquisa Selo Belta, divulgada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio no início do ano passado, o mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017, alcançando a marca de 302 mil estudantes. De acordo com a pesquisa, o brasileiro movimentou entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões em programas educacionais no ano passado.
O levantamento mostra ainda que os cursos de idiomas continuam sendo o programa mais procurado por brasileiros no exterior, seguidos por ensino com trabalho temporário e pacotes de férias para adolescentes. A maior busca é pelo Canadá. Quase um em cada quatro estudantes têm o Canadá como destino (23%). Depois vêm os Estados Unidos (21,6%), o Reino
Unido (10,2%), a Nova Zelândia (6,9%) e Irlanda (6,5%). No total, 39 destinos apareceram como opções dos brasileiros.

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