Motorista de aplicativo filma sobrinho desaparecido com suspeitos e é morto em seguida

O motorista de aplicativo André Luiz Tavares, de 47 anos, foi executado na tarde de quarta-feira dentro de um drive-in localizado na Avenida Brasil 31890, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele estava com um sobrinho identificado como Marcos Vinícius Tavares, de 40 anos, que está desaparecido. A Delegacia de Homicídios da capital já realizou perícia no local e está analisando o vídeo.

– As equipes estão na rua. A investigação está bem adiantada. Esse vídeo nós já tínhamos. Os autores já estão identificados – disse o chefe da Divisão de Homicídios, Antônio Ricardo.

Antes de morrer, André Luiz fez um vídeo pelo celular mostrando dois homens de boné, aparentemente armados, com seu sobrinho dentro do drive-in. Marcos Vinícius aparece mexendo no celular procurando alguma coisa para mostrar à dupla. Foi quando um dos homens percebeu que estava sendo filmado. Ele abaixou o boné para tapar seu rosto e saiu de cena. Segundos depois, o outro homem que estava com o sobrinho de André tem a atenção chamada, provavelmente pelo homem que saiu de cena, e encara a vítima. O vídeo estava sendo gravado e foi enviado pelo WhatsApp para parentes assim que André retirou o dedo do aparelho. Ele desceu do carro e foi morto logo em seguida com muitos tiros. A família diz que pelo menos três deles acertaram uma das mãos, o pescoço e as costas de André Luiz. O veículo foi deixado no drive-in com as portas abertas e sem as chaves.

Marcos Vinícius, segundo o advogado da família, Victor Martins, cumpriu pena de pouco mais de dois anos de prisão por envolvimento com a milícia de Brás de Pina, na Zona Norte do Rio. Ele deixou a cadeia em maio ameaçado de morte por um ex-sócio na milícia que também cumpriu pena na mesma cela do Instituto Plácido Sá Carvalho, onde Marcos Vinícius ficou. As ameaças, segundo a família, partiram de Fábio Paula Camanho, vulgo Taca Bala. Ambos respondem em liberdade com tornozeleiras eletrônicas. As desavenças entre eles começaram quando Marcos foi preso, e o comparsa quis tomar dele seus territórios.

Mesmo dividindo cela, os dois não brigaram no presídio. As ameaças eram feitas verbalmente. O rival dizia que mandaria matá-lo quando ele saísse da cadeia. Os dois deixaram a prisão em dias diferentes. O primeiro a sair foi André Luiz.

Parentes de André Luiz e o advogado estiveram nesta quinta-feira no Instituto Médico-Legal (IML) para fazer o reconhecimento e liberar o corpo. Angustiada, a família pede a quem tiver alguma informação sobre paradeiro de Marcos de Vinícius que ligue para o Disque-Denúncia (2253-1177). O anonimato é garantido.

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