Encontrado carro que mecânicos foram resgatar no Alemão quando foram mortos

Jonathan Gonçalves de Oliveira Tavares e Rodrigo Gonçalves Marques, primos e ambos com 26 anos, tiveram seus corpos esquartejados após serem executados por traficantes do conjunto de favelas da Zona Norte do Rio. Eles foram mortos por serem do Morro do 18, em Água Santa, local dominado por uma facção rival da Fazendinha.
De acordo com as investigações, na sexta-feira, os mecânicos foram a um baile funk na localidade de Canetá, na Fazendinha. Eles estavam de carro que, na volta, apresentou problemas na bateria. Os dois, então, preferiram deixar o veículo por lá.

Na tarde desta segunda, os primos decidiram voltar ao local para resgatar o automóvel. Eles foram até lá de moto com uma bateria reserva, quando foram capturados, torturados e executados por traficantes da comunidade. A moto e o carro não foram encontrados até o momento.
“Ele (Rodrigo) trabalhou no sábado e não foi buscar o carro. Ontem, ele já estava agoniado que o carro já estava no Alemão há três dias”, contou Rafael Marques, irmão de Rodrigo e primo de Jonathan. “Ele simplesmente tirou a bateria do meu carro, o Jonathan colocou a bateria no colo dele, pegaram a moto e foram lá. E veio a notícia que meu irmão tá morto com o Jonathan no carro”.
No IML de São Cristóvão, para onde foram encaminhados os corpos de Jonathan, Rodrigo e das outras duas pessoas motas, familiares dos mecânicos estavam inconformados com a morte dos dois. Bastante emocionado, o pai de Jonathan disse que os dois não deram mais notícias depois das 16h de ontem.
“Será que ele foi confundido com bandido? Eu vi algumas coisas na Internet, mas é tudo especulação. O que eu sei é que meu filho era mecânico e não tem envolvimento com traficantes”, o homem, que preferiu não se identificar, lamentou, aos prantos.
Rodrigo deixa um filho de nove anos. Já Jonathan iria ser pai. A esposa está grávida de três meses.

A ordem dos criminosos após o assassinato dos mecânicos foi “dar um fim aos corpos” dos dois. Foi o que André Luiz da Silva Almeida, 32, tentava fazer quando foi preso na Penha. Ele carregava os quatro corpos dentro de sacos pretos em um Ford Eco sport branco no momento em que foi capturado.
O veículo passava pela Rua Honório Bicalho, na Penha, quando a Polícia Militar suspeitou do motorista que dirigia o carro. Na abordagem, André tentou fugir e houve perseguição da Rua Nicarágua até a Honório Bicalho. Na troca de tiros, ele acabou sendo baleado. O homem foi autuado em flagrante por crime de ocultação de cadáver e está internado sob custódia da polícia no Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
De acordo com uma perícia feita pela DH, Rodrigo e Jonathan tiveram seus corpos esquartejados por uma motosserra. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, que investigam o caso, tentam ainda identificar quem são os outros dois homens que foram esquartejados ao lado de Jonathan e Rodrigo.
Segundo um dos policiais que participou da perícia do local onde os quatro rapazes foram esquartejados, há indícios de que todos foram torturados antes de serem executados.
“Foram achados vestígios como tortura e marcas de pancadas na cabeça e no corpo. Tudo leva a crer que os corpos foram esquartejados após a execução. Os cortes nos cadáveres são semelhantes aos feitos por facas de açougue ou por algum tipo de serra elétrica, por exemplo”, disse o policial.
Os agentes da DH já sabem que um amigo do Jonathan também foi convidado por ele para ir rebocar o veículo, mas acabou desistindo minutos antes. “O Rodrigo acabou indo no lugar dele”, afirmou o investigador.
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