
Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prenderam ontem Ademildo da Silva Junior, de 22 anos. Ele foi indiciado pela morte do pai na madrugada do dia 12 de julho, em São João de Meriti. Ademildo da Silva Alves tinha 62 anos e foi morto com golpes de facadas. Ademildo Junior foi encontrado na favela de Acari, Zona Norte do Rio.
O crime bárbaro chocou os moradores de Tomazinho, bairro onde pai e filho moravam. O corpo de Adenildo, um conhecido açougueiro da região, foi encontrado pelo neto, um garoto de cinco anos, na manhã da última segunda-feira. Junior, que é usuário de drogas, estava foragido desde o crime, e foi localizado por agentes da especializada na madrugada de ontem após investigações da Divisão.
Após cometer o crime, Junior se escondeu embaixo de um viaduto na Avenida Brasil, na altura da Favela de Acari, na Zona Norte, onde ficou até quarta-feira (15), quando foi levado à delegacia por sua mãe. “Desde então, ele ficou ligando aqui para casa, mas, como não era eu que atendia, ele desligava. Quando atendi o telefone, ele me disse onde estava. Eu fui lá, peguei ele e levei até a delegacia”, disse a mãe do rapaz que o entregou à Divisão de Homicídios da Baixada.
De acordo com informações da Polícia Civil, o crime ocorreu durante uma discussão entre pai e filho. Júnior estaria sob efeitos de cocaína e teria furtado R$ 500,00 do pai. Ele trabalhava com a mãe em uma barraca de cachorro-quente na Rua da Matriz, e segundo o irmão da vítima, Joel Alves, o sobrinho chegou na casa do pai,

com quem morava, já por volta das 2h da última segunda-feira. “A mãe dele ligou para o Adenildo avisando que o Junior estava indo para casa, como ela sempre fazia. Ele saiu de lá cedo, mas, provavelmente, parou em algum canto para cheirar pó. Meu irmão ficou esperando por ele no portão. Quando chegou em casa, os dois devem ter brigado. Foi quando ele esfaqueou o pai”, acredita Joel.
Ainda segundo Joel, o corpo do irmão foi encontrado pelo próprio neto, um garoto de cinco anos. “Meu sobrinho-neto amava o avô. Ele estranhou que o Ademildo não tinha descido para tomar café da manhã na segunda e subiu até o quarto para chamá-lo. Chegando lá, deu de cara com o corpo do meu irmão estirado no chão, cheio de sangue. O menino desceu e disse para a mãe que o avô estava morto, que tinha muito sangue em volta dele”, contou o irmão da vítima.
Junior não tinha passagem pela polícia, mas, segundo Joel, o rapaz vinha realizando pequenos furtos na família para comprar drogas há um tempo. “Ninguém podia deixar a porta de casa aberta no terreno onde eles moravam porque ele (Junior) entrava para roubar”, disse o tio. Joel ainda disse que o “o maior erro” de Ademildo foi abrigar o filho. “Meu irmão cuidou dele e fez tudo o que podia fazer por ele”, finalizou.
Por: Gabriele Souza (gabriele.souza@jornalhoje.inf.br)