*Carlos B. González Pecotche
Durante a infância, o espírito manifesta-se no ente físico ou alma da criança para preservá-la dos males que a espreitam e partilhar com ela momentos muitos gratos. Não raro surpreendemos seu riso, na vigilia ou quando dorme, sem que aparentemente haja motivo algum que o justifique. É que o espírito se faz de “avo-jovial” e sugere à incipiente reflexão da criança coisas que, embora sem compreender, causam-lhe um júbilo inocente. Não obstante, costumam algumas permanecerem gravadas em sua mente, para reaparecerem depois no adulto como incentivo ou inspirações que iluminam seu andar pelo mundo.
Mas há, além disso, um fato que vamos destacar agora com o alcance de uma revelação, por conter valores extraordinários para a orientação atual e futura da infância e adolescência.
Estamos nos referindo à atuação do espírito nesse período compreendido entre o nascimento e a puberdade. Durante esse lapso, contrariamente ao que se pensou até agora, ou seja, que a mente da criança é inapta para compreender certas manifestações da vida adulta, sendo relegada a meras adaptações primárias de conceitos, sua mente pode captar e compreender sem maior esforço muitas dessas manifestações, por facilitar-lhe seu próprio espírito (…)
É necessário, pois, favorecer nas crianças as manifestações tutelares de seu espírito, evitando tudo quanto possa anular seu inestimável auxílio. Para tal efeito, não se deve plasmar em sua mente pensamentos, ideias ou palavras que as inibam ou restrinjam sua liberdade de pensar. Tampouco devem ser-lhes oferecidos deprimentes espetáculos morais de família ou deixar que escutem relatos de fatos delituosos, por não se encontrarem em idade de compreendê-los. Deve-se, isso sim, estimulá-las no amor a Deus, fonte de toda Sabedoria; mas que esse amor se manifeste como elevada vocação pelo estudo e conhecimento ulterior das verdades, na dimensão que é dada a cada qual conhecê-las, isto é, na medida da capacidade individualmente conquistada.
Destaque: “Não se deve plasmar em sua mente pensamentos, ideias ou palavras que as inibam ou restrinjam sua liberdade de pensar.”
*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia – www.logosofia.org.br- rj-novaiguacu@loosofia.org.br