Condições e perspectivas da inteligência

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*Carlos B. González Pecotche

Quando analisamos as questões sociais e observamos a incapacidade de tantos para progredir na vida, chegamos à conclusão inevitável de que os seres humanos se acham situados em dois grandes campos de atividade mental diferente.
No homem medíocre, o desenvolvimento das faculdades é nulo, já que não há nele preocupação nem vontade para o melhoramento das condições próprias; tudo fica por conta da iniciativa alheia. Diríamos que, nesse tipo de seres, a mente é um campo que a falta de cultivo e de atenção pessoal torna infértil; muito pouco ou nada costuma crescer nessas terras áridas, onde os pensamentos parecem estar enraizados em épocas aborígines.
É este o ente humano cuja capacidade intelectual quase que só responde aos fins de atender, e nem sempre com eficiência, aquela atividade, à qual se dedica. E dizemos aquela para precisamente ressaltar que é costume seu ocupar-se de uma coisa só, nada mais, quer seja um emprego, um negócio ou uma profissão. Daí que sua vida se ache em permanente perigo de sofrer bruscos reveses, visto que, sendo apenas uma a atividade que realiza esta lhe absorve a vida inteira, e, no caso de ele fracassar nela, fracassará também sua vida.
Isso não ocorre com aqueles que atuam no outro campo de atividade, onde a vida não se resume numa ocupação ou numa única preocupação. Referimo-nos aos que, num constante anelo de superação, se capacitam para ampliar a existência própria em múltiplas atividades. Nestes seres, as prerrogativas da inteligência são amplas e ilimitadas; muito raramente se tem notícia de terem eles fracassado, como é frequente observar nos do primeiro grupo. E por que acontece isso? É que a vida, ao multiplicar-se em diversas atividades, mantém a soma das forças do espírito, de tal forma que ela se identifica com cada uma dessas atividades e cada atividade, por sua vez, se identifica com um fragmento dessa mesma vida. Se chegassem a fracassar em algum desses fragmentos, isso passaria despercebido em relação ao volume que sua vida adquiriu no conjunto de suas atividades, e os triunfos obtidos em uma delas lhe permitirão passar por cima dos contratempos sofridos nas outras.
Podemos perfeitamente dizer, ao estabelecer a diferença que existe entre os dois campos de atividade mental, que, enquanto num deles a vida é restrita e estéril, no outro ela é limitada e fecunda. Não existe lei que impeça alguém de atuar neste último campo; para ninguém há exceções nesse sentido. Eis então como se revela a justiça universal no âmbito das possibilidades humanas. As condições e prerrogativas da inteligência se abrem a todos por igual, mas depende de cada um que elas cumpram suas altas finalidades e se definam como valores inalteráveis e permanentes do espírito humano.

*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia – www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br
Tel.: (21) 27679713 3ª e 4ª feiras das 18:00 às 21:00h

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