É no temor da crise que encontramos os nossos

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*Yuri Moura

Talvez ainda seja cedo demais para conseguirmos mensurar todo o processo em que vivemos. Também, por mais que seja fundamental o reconhecimento de erros e acertos, não estamos no momento da simples responsabilização dos nossos companheiros e companheiras.
Agora, já não importam a ineficácia do PT em nível nacional, a inabilidade política do Governo Dilma ou a inércia de muitos militantes da esquerda brasileira. O que interessa é prático, direto e evidente: os golpistas não podem passar.
O dito “Governo Temer” é uma aberração. Não só pela figura medonha do burocrata, carreirista e fisiológico, mas também por sua capacidade de permeabilidade. Como Temer mesmo fez, para se tornar “presidente”, a prática política é de se infiltrar na sociedade através de pautas demagogas e reacionárias. O que ficou claro no corte de ministérios, nos anúncios de retrocessos e na entrevista ao Fantástico, quando Temer perguntado sobre o papel de sua esposa na atual gestão, respondeu: “Área social. Ela se importa muito…” Ou seja, voltamos ao tempo em que assistência social deixa de ser direito digno para se tornar um mero favor dos ricos, geralmente estas socialites, para com os pobres.
Contudo, esta permeabilidade, por ser vazia de ideias e não vir de um projeto eleito nas ruas pode ser tornar instável e assim corromper os alicerces golpistas. Logo, temos uma chance real de nos reaproximarmos das massas ao unirmos a base social progressista. Isto é, dialogarmos com os cidadãos conscientes, mesmo abalados pela grande mídia, com os defensores independentes da democracia, com os ativistas, sindicalistas, militantes partidários e grandes expoentes sociais – somente juntos conseguiremos reorganizar nossas ações.
O primeiro passo foi dado: a constante luta contra o golpe e em defesa da democracia nos uniu como há tempos não ocorria. Mas, agora, é preciso ir além. Disputar a opinião através de pautas e agendas progressistas que o programa do PMDB não absorve, pelo contrário diminui, e nas quais os governos do PT possuem legado. Ações concretas como debates nas ruas e comunidades, apresentação de projetos de lei, participação nos conselhos municipais, proposição de ideias e mobilização para o pleito deste ano. É demarcar o nosso campo, sem medo de sinalizar para o povo que sofre em silêncio, para os oprimidos com as agressões dos setores conservadores.
Só a proposição nos reaproximará das massas, hoje, ludibriada por aqueles que atentaram contra a Democracia e já apontam suas armas contra os direitos sociais. Precisamos ser novamente notados, reconhecidos por aqueles que nos são semelhantes. Devemos empunhar com coragem nossas bandeiras históricas que edificam uma sociedade mais justa e solidária. Não é hora de pestanejar no combate ao racismo, ao machismo, às agressões ao povo LGBT e qualquer outro tipo de intolerância, como a religiosa, ao extermínio da juventude pobre, ao desmonte do estado brasileiro, ao corte dos direitos trabalhistas e políticas sociais, à entrega de nossas riquezas para outros países e ao fim da universalidade da saúde e educação.
Estas pautas são os pilares que constroem a igualdade e a democracia. Defendê-las é atingir o golpe em seu âmago, é lembrar nosso norte, é encontrar os nossos que, hoje, ainda calados, não gritam ao nosso lado.
Que está seja a hora de sonharmos e lutarmos, como sempre, por um país de todos!

*Yuri Moura é presidente do PT-Petrópolis e assessor no Senado Federal.

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