Esperança em dose dupla

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*Célio Junger Vidaurre

Foi-se o tempo em que para ser Ministro de Estado no Brasil era necessário ter um currículo invejável, experiência pública comprovada e, mais do que tudo, ter um passado limpo sem processos respondidos, enfim, ser um autêntico homem público para representar a população brasileira a contento. Hoje, não, qualquer figura “boa de bico” consegue ser Ministro nesses governos atuais sem muito sacrifício. No de Temer, então, é fácil, facílimo. Até professor primário de Duque de Caxias, dono de bar e suplente de deputado, já foi Ministro, ultimamente. Nessa indicação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho ficou patente que esse governo de Michel Temer não tem mais condições de prosseguir até o fim do ano de 2018, quando termina o seu mandato. Designando a filha do ex-deputado Roberto Jefferson para o importante setor da vida nacional, o Presidente mostrou que não tem mais ninguém de projeção para indicar e, por isso, aceitou que um dos corruptos confesso do mensalão, tendo cumprido pena de prisão recentemente, faça parte desse governo que está com apenas 3% de aprovação.
Vários ladrões do erário já entraram e saíram do governo de Temer que não quer ou não tem como resolver essa questão de representatividade que toda administração decente tanto precisa. O caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima foi um desastre nacional. O cara mandava ao lado do Presidente em Brasília e detinha 16 malas abarrotadas de dinheiro roubado do povo brasileiro. Geddel, como se sabe, está preso e a grana foi confiscada. Até a mãe do larápio baiano estava no jogo do filho que Michel mantinha do seu lado.
Chegou-se a uma situação lamentável no País. Nenhum homem de grande credencial deseja participar desse desgoverno, não se vê um sequer que tenha gabarito e seja convidado, aceitar qualquer tarefa. Apenas medíocres deputados, Pastores desconhecidos ou “puxa sacos” de políticos chegam a esse ministério ridículo que administra o Brasil, no momento. O bem e o mal, mais o mal, é que prevalece nos dias atuais. A esperança está voltada para as eleições futuras se o eleitorado entender a realidade e mudar o curso pelo voto.
Aliás, a mediocridade do governo é tamanha que, José Sarney, com quase 90 anos, depois de tantas “sacanagens” com o povo, ainda detém o poder de vetar nomes para o ministério, ou seja, adversários de sua família no Maranhão não podem ocupar cargos no governo. Não tendo mais ninguém para indicar, Moreira Franco e Eliseu Padilha, denunciados na Lava-Jato, terão a companhia diária do “distinto” Jefferson. O Palácio do Planalto pode balançar ou até desabar, pois, já tem conhecimento de que estão presos vários ex-governadores, ex-presidentes da Câmara Federal, ex-presidentes de Assembléias Legislativas etc.etc.
Com o pleito de 2018 chegando e vários ministros na mira da Lava-Jato deixando os cargos para tentarem se eleger e ficarem protegidos pelo “foro especial”, Temer é bem capaz de convocar pequenos empresários que querem fechar seus negócios e não conseguem em face das dívidas, para fazer parte desse inescrupuloso governo. O duro de tudo é que o eleitorado que irá votar este ano é o mesmo que já votou em Tiririca, Eduardo Cunha, Jorge Picciani, Henrique Eduardo Alves, Paulo Mello, Roberto Jefferson, Renan Calheiros, Collor, Lula, Dilma, Pezão, Maluf, Zé Melo(AM), Brazão, Albertassi e Sergio Cabral. A esperança é a última que morre!

*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários do RJ.

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