*Carlos B. González Pecotche
Conversava Deus em amável tertúlia com os grandes gênios de sua Criação, quando de repente decidiu provar o grau de receptividade mental de seus filhos da Terra. Enviou em seguida diversos pensamentos que, qual etéreos mensageiros, deveriam penetrar nas mentes dos homens. Mas aconteceu que estes, ocupados febrilmente em seus afazeres habituais, não perceberam o advento de semelhante embaixada. Um, não obstante; só um, os recebeu em sua moradia interna, como se visitantes de tão sublime origem tivessem sido enviados expressamente para ele. Sua alegria foi tão grande quanto à magnitude do presente, sobretudo, ao ver refletido na mensagem todo o amor do Criador, e a suprema graça que ao gênero humano concedia, ao lhe permitir estabelecer, como possibilidade suprema da raça, e acima de todas as espécies existentes, um meio de comunicação tão insuperável. Tampouco escapou à sua aguda percepção a importância que representava para sua vida um recado de tal hierarquia.
Observando os pensamentos que integravam a mensagem, pôde apreciar com clareza como atuam e como estão capacitados para cumprir missões de qualquer índole, inclusive as mais elevadas, esses incógnitos moradores do plano mental, filhos todos das mentes que lhes deram vida.
Compreendeu aquele homem singular, a enorme transcendência desse episódio inesquecível – mera visão para uma mente inadvertida – e interpretou, com boas razões, as prerrogativas que implicava uma comunicação tão eloquente e significativa.
Foi assim como, seguindo com fidelidade as indicações contidas na estranha mensagem e excluindo de si mesmo qualquer sinal de egoísmo, vaidade e altaneria, principiaram a movimentar os pensamentos que haveriam de iluminar os obscuros espaços mentais das criaturas humanas.
Pesado trabalho aquele no qual incontáveis números de vezes foram postas à prova sua paciência, sua temperança e seu grande e inalterável amor pelos semelhantes, aos quais cumulava, em gigantesco esforço, com os bens mais preciosos.
** Mostra a lenda que as mentes cultivadas em função dos conhecimentos superiores, ou seja, de alta sabedoria, podem, como a daquele homem, constituir-se em depositários das riquezas que o Pensamento criador põe à nossa disposição.
*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia – www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br – Tel. (21) 27679713.