Nordestinos farsantes

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*Célio Junger Vidaurre

Nesse último episódio ocorrido no Congresso Nacional em que a senhora Dilma Rousseff foi despachada definitivamente de suas funções no Palácio do Planalto, viu-se que, existem figuras no cenário político brasileiro que os eleitores, principalmente, os nordestinos, precisam ficar mais atentos quando exercerem os seus direitos de votar nos próximos pleitos. Não é concebível manter políticos das estirpes de Jader Barbalho, Fernando Collor, Renan Calheiros e Edison Lobão, exercendo poderes para apenas articularem esquemas de propinas no sentido de usurparem o erário.
Não é possível a existência de tanto cinismo desses quatro senadores do Nordeste que, por último, participaram da saída de Dilma em grande estilo, vez que, esses cretinos adotaram o seguinte: Lobão era o ministro de Minas e Energia, Barbalho alocou seu filho Helder no Ministério dos Esportes, Renan e Collor, dois antigos parceiros das Alagoas, usaram a Petrobras durante a Era Dilma da maneira mais adequada que pretenderam. Agora, ironicamente, os quatro votaram pelo “bota fora” da Presidenta depois de demonstrarem indecisos durante todo o curso daquela vergonha protagonizada por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowiski.
Os quatro inescrupulosos senadores até um dia antes da votação final mantinham-se perante os meios de comunicação a ideia de que não declarariam os seus votos, mantiveram seus propósitos de enganar os interessados até o último minuto, ou seja, na quarta feira, 31, quando somaram com os demais senadores o total de 61 votos pelo impeachment. Dilma só conseguiu os 20 senadores que estavam há muito tempo ao seu lado e, portanto, mantiveram suas posições, apesar dos argumentos de que teria número suficiente para não cair.
Infelizmente, o País passa por uma fase de falta de lideranças em todos os setores e, na política, até o deputado filhinho de Cesar Maia acabou chegando a presidente da Câmara Federal. Vejam bem, uma antipatia ambulante, sempre pouco votado, conseguiu chegar até a Presidência da República do Brasil, como interino, na ausência de Temer, que viajou à China para reunião do G-20. De agora em diante, ou melhor, depois de Severino Cavalcanti, tudo é possível naquele vergonhoso Congresso Nacional. Até Maranhão voltou!
Não há mais um Petrônio Portela, um Paulo Brossard e nem um Pedro Simon ou um Ulisses Guimarães. É tanto Parlamentar desqualificado que um tal senador “Sergio Petecão”, do Acre, deu a entender que no seu Estado não existe nenhuma escola primária. A fala do representante do “baixo clero acreano” foi tão ridícula que ao terminar o seu discurso pela saída de Dilma, percebeu que ainda teria dois minutos para encerrar e aí, a coisa pegou, foi um final desastroso, vergonhoso, inadmissível para um senador da República.
A verdade é que, nunca antes nesse País foi vista tanta mediocridade, tanta corrupção e tanto político ladrão e, pior, com o surgimento da Operação Lava Jato os caras parecem que não estão intimidados com o processo coordenado pelo Juiz Sergio Moro que, para muitos, é a única esperança que nos resta. Vamos ver se Collor, Renan, Jader e Lobão vão se dar bem até o fim das apurações. Talvez, seja por isso que o traficante Fernandinho Beira Mar, ao ser entrevistado sobre sua opção de trabalho, tenha dito ao repórter: “para ficar rico era ser isso ou ser político”.
Não existem, hoje, políticos como os de antigamente.

*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Publica seus artigos em 11 jornais diários e 16 semanários, do RJ.

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