*Fernando Francisco
O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e restrito. Isso gera problemas, por exemplo, para os que mantêm os princípios expostos na palavra de Deus quanto à guarda do sábado. Para centenas de jovens, existe o dilema de como conciliar a vida profissional e a fé. Apesar dos vários incentivos ao acesso à educação superior, há muitos fatores a serem observados antes da opção por uma profissão. Um adventista me indagou certa vez sobre o cenário na área de mecatrônica. Seu filho desejava fazer o curso e se tornar engenheiro. Esclareci que o profissional nesta área não tem dificuldade de colocação e os salários são geralmente ótimos. Mas qual seria a decisão do filho se ele tivesse de trabalhar também aos sábados? Nesse caso, a questão da colocação profissional se opunha à da salvação. Meu conselho é que não se aposte no improvável. Algumas profissões impedem que se consiga a guarda do sábado. Milagres ocorrem, porém não se deve testar Deus. Portanto, se a meta é se formar no ensino superior, é necessário analisar muito bem o funcionamento da área em que se pretende atuar. O mercado de trabalho exige capacitação, comprometimento e relacionamento. Se isso estiver aliado ao baixo custo, esse é o céu de todo empresário. Há profissionais em empresas que pagam excelentes salários e oferecem planos de carreiras, mas esta não é uma regra geral. Neste cenário, muitos de nossos jovens almejam atuar como empresários e não como funcionários ou colaboradores. Esta busca pela independência não é só financeira, mas também de “ser dono” de seu tempo. Isso ocorre também com pessoas já estabelecidas em empregos e, em grande número, entre recém-batizados na igreja adventista. A saída nesses casos é empreender. Criar um negócio tem seu preço e é uma decisão que precisa ser bem planejada. Empreendedor é aquele que transforma seus sonhos em realidade profissional, mais isto não quer dizer que qualquer sonho é possível. A primeira tarefa de quem quer iniciar seu próprio negócio é saber se ele é tangível, se é economicamente viável e se existem chances reais de êxito. O Brasil se tornou um expoente no empreendedorismo jovem. Em 2009, o país chegou a superar até mesmo os Estados Unidos neste ponto. Dois fatores, no entanto, impedem que esse sonho se torne realidade: falta de dinheiro e de qualificação. A falta de capital é algo comum a 90% dos que se lançam no empreendedorismo. Isso pode ser superado com planejamento. A qualificação não é tão difícil de ser obtida. Há diversos programas que possibilitam o financiamento de cursos. Não acredite na frase “É errando que se aprende”, pois com tanta informação no mercado é possível acertar sem precisar ficar errando. Confie na orientação bíblica: “Sê sábio, filho meu, e não cometa os mesmos erros que os outros.”
*Fernando Francisco, produtor e apresentador do programa Mais Sucesso, que é exibido semanalmente pela TV Novo Tempo.