Os contrastes do temperamento humano

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*Carlos B. González Pecotche

Os primeiros passos na vida comercial constituem, para a generalidade, um período de inquietações e soçobras, que vai desaparecendo paulatinamente à medida que se sucedem as experiências e são dominadas as situações; mas, à certa altura do desenvolvimento dessa vida comercial, na qual tantos dignificam sua existência com meritórios esforços, parece que algo imperceptível, porém real, induz muitos a seguir por um caminho totalmente oposto ao previamente traçado. É assim como uma grande maioria, faltando com suas promessas e falseando as próprias aspirações, longe de se deter no ponto a que tanto aclara chegar, prossegue com ânsia febril acumulando o ouro que cada dia obtém com maior facilidade, sem sentir jamais – a insensibilidade usuária lhe impede isso – o bem-estar interno que experimentam aqueles que, com o dinheiro, fazem obras de bem em benefício de seus semelhantes.
Esses seres, com muito que têm, vivem a mesma vida mesquinha de quando pouco ou nada tinham, e se de vez em quando ultrapassam seu orçamento com algum gasto extraordinário, sofrem tanto como se lhes tivessem tirado algo de suas próprias vidas. Seus afãs estão desprovidos de outro propósito que não seja o de ganhar mais, sempre mais. Toda a sua existência fica assim aprisionada e absorvida pela obsessão do dinheiro. Não há instante do dia ou da noite em que seus pensamentos não estejam voando em busca da constante recontagem de suas posses. Não dão descanso ao corpo nem ao espírito; mantêm uma vigilância incessante sobre os lugares onde guardam o capital, e lutam como feras para conservar essa vida que destinaram, exclusivamente, ao cuidado e aumento do tesouro que possuem. Quantos deles terão dito, ao partir deste mundo: ” Não toquem em nada, porque é falso!”, talvez na esperança de um dia voltarem a se reunir com seus bens.
Mas também há aqueles que se mantém fiéis a suas promessas; os que não buscam a posse do ouro pela mera satisfação de se enriquecer; os que não esterilizam suas vidas perseguindo a posição econômica como única finalidade. Estes são os que verdadeiramente fazem uso moderado e nobre de seus recursos; os que, dedicando seu tempo a obras de bem, começam por fazer isso consigo mesmos, numa superação constante de suas forças morais e espirituais, e aproveitam toda oportunidade para enriquecer sua inteligência com o ouro solúvel do conhecimento.
O homem sensato, aquele que compreendeu, ainda que apenas por intuição, qual deve ser a função de sua existência, nunca desaproveita seu tempo repetindo aspirações já realizadas. Para ele, o trabalho habitual é um prazer, que desfruta enquanto administra o tempo disponível em realizações de outra natureza, que enchem de felicidade e bem-estar os dias de sua existência.

*Carlos B. González Pecotche – Autor da logosofia – www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br – Tel. (21) 27679713

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