*Ronaldo Lessa
Após a celebração, cabe a reflexão. Muitas conquistas em 200 anos, mas a busca pelo desenvolvimento é cotidiana e requer de cada um de nós empenho em nos mantermos unidos como um povo que já demonstrou sua capacidade de surpreender nos mais diversos campos. É o caso do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que congrega escolaridade, renda e expectativa de vida, baixo em 2000, quando assumi o governo de Alagoas pela primeira vez, mas que teve crescimento ao longo dos anos, fruto de muito trabalho e dedicação. Contudo, houve uma reversão no período 2011-2014, quando atingimos o nível mais baixo do País, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em novembro do ano passado. Mas estamos nos soerguendo, sempre acreditando no futuro.
Os desafios de Alagoas são imensos, porém nada comparável há 17 anos, quando nossa autoestima chegou ao fundo do poço. Crise econômica, servidores públicos desmotivados, uma alta taxa de mortalidade infantil, analfabetismo, desesperança. O restante do Brasil não acreditava em nós, não acreditava que poderíamos sair daquela situação apenas com nosso próprio esforço. Mas foi o que fizemos. Investimos em saúde e educação e nos recuperamos.
Hoje a realidade é outra. Há uma plataforma consolidada sobre a qual podemos erguer um futuro ainda mais auspicioso. Mesmo com a decadência do algodão, do fumo e da cana do açúcar, novos caminhos se abriram. O setor de comércio e serviços representa 72% do nosso PIB. Então, vamos atrair investimentos, e o turismo se apresenta como um manancial de empregos e oportunidades – o Centro de Convenções e o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares estão aí oferecendo o suporte necessário. As micro e pequenas empresas florescem, são mais de 150 mil atuando no Estado. A agricultura vai, com certeza, ser beneficiada com o Canal do Sertão, que demos início no primeiro mandato como governador, desde que projetos viáveis sejam desenvolvidos e que beneficiem o sertanejo.
O que o futuro nos reserva? Para respondermos essa pergunta, não podemos nos acomodar. Nosso IDH ainda é baixo, o analfabetismo é ainda alto, padecemos com a violência, que não é exclusividade nossa, a seca é uma tormenta, mas temos que seguir em frente. Mesmo com a crise que o Brasil atravessa, estamos unidos em torno do Estado. A bancada de Alagoas no Congresso tem voltado sua atenção para áreas essenciais, que requerem projetos imediatos. Temos que acreditar que o interesse de todos não pode ser sobrepujado pela vaidade de alguns. Nossa terra gloriosa tem que continuar resplandecendo ao fulgir das manhãs.
*Ronaldo Lessa é deputado federal pelo PDT-AL. (Artigo publicado originalmente no jornal Gazeta de Alagoas).
