*Carlos B. González Pecotche
A grande experiência que a humanidade teve de sofrer, e da qual ainda não saiu, porquanto continuam os efeitos do sacudimento mental e psicológico que comoveu os alicerces da civilização atual, confirmou – e essa confirmação é reproduzida dia após dia – que os pensamentos desempenham o papel mais importante na existência humana. E, no enorme acervo de observações realizadas a propósito das múltiplas circunstâncias em que o alcance e a força deles se estabeleceram, aparece um fato que assume nestes momentos um valor de imensurável transcendência. Este fato é o que mostra que, ao serem invadidas as mentes dos homens pela sugestão de correntes ideológicas até então estranhas à sua natureza e aos seus sentimentos, não se fez esperar a reação promovida em muitos por seus próprios pensamentos, os quais, enraizados em convicções profundas, defenderam sua posição contra aqueles outros pensamentos que ameaçavam exterminá-los.
Também pudemos observar, ao contrário disso, os que em milhares de casos, influenciados por essas correntes ideológicas, vacilaram e ainda se deixaram arrastar um trecho seduzido por uma espécie de fatalismo inexplicável. Mas isso só durou até que reagissem os pensamentos que havia tempos se tinham consubstanciado com o próprio espírito, desembaraçando-se dos que pretendiam se apossar de suas mentes e de suas vontades.
Este fato revela quão grande é o espírito de conservação da espécie e a força dos pensamentos que surgem no homem pela compreensão dos deveres que lhe correspondem, em favor de sua existência e de toda a família humana.
A grande experiência pode alicerçar, no consenso de todos os povos da terra, o grande ideal que flui dos mais elevados princípios para os quais as aspirações humanas convergem: a perfeição, por intermédio da evolução e do conhecimento das leis que regem a Criação.
Nada, pois, que altere a ordem existente, sobre a qual repousa a segurança que ampara o livre desenvolvimento das atividades humanas, poderá exercer permanente influência sobre a alma dos homens. Pelo contrário: circunstâncias dessa índole haverão de servir sempre para reafirmar neles a compreensão de seus deveres para com Deus, com os semelhantes e consigo mesmo.
Eis então, sinteticamente expressado, o pensamento que haverá de presidir, sem abdicar jamais, o juízo de todos os homens que chegaram a certo amadurecimento espiritual.
*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia. www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br – Tel. (21) 27679713 – 3ª e 4ª das 18:00 h às 21:00h.