Pode o homem herdar-se a si mesmo?

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*Carlos B. González Pecotche

Ninguém discutirá que o título que recebe o médico, o advogado ou o engenheiro, ao término de seu curso, é herança de seu estudo, de seu esforço e desvelo; em uma palavra a herança de si mesmo em curto prazo, cuja projeção, porém, poderia manifestar-se, não obstante, como efetiva contribuição à própria linha hereditária. O mesmo ocorre com os que se empenham em conseguir um futuro econômico folgado, uma posição social respeitável ou a culminação feliz de algum projeto próprio das inquietudes humanas. Tais heranças – repetimos – são limitadas, desde que empalidecem com a morte, e, portanto, intranscendentes. Empalidecem em virtude de sua descontinuidade, causa pela qual podem até desaparecer, pois tais realizações não têm a consistência evolutiva das que concernem ao aperfeiçoamento integral do indivíduo. Não é precisamente a esta herança que vamos nos referir.
Para poder conhecer uma verdade, é necessário aproximar-se dela progressiva e continuadamente, com humildade, empenho e tato.
Quando dizemos que o homem se herda a si mesmo, estamos nos referindo a uma lei que, como todas as leis universais, encerra uma grande verdade, porém, será importante conhecer o mecanismo dessa lei até em seus mínimos pormenores, para poder apreciar sua insuperável importância. Quem pense que isso é coisa que se pode deixar ao acaso ou realizar-se sob o impulso de entusiasmos passageiros, engana-se e terminará decepcionado. Convenhamos, pois, que para conhecer esse mecanismo, é imprescindível a assistência da consciência, que se haverá de dotar com conhecimentos que interpenetram o mistério dessa lei e esclareçam sua realidade.
Sendo que a consciência encara a herança superior do ser humano, teremos que admitir que o espírito, tal como o define a concepção logosófica, é quem, observando dela os valores que o homem adquire, os prolonga através do tempo em cada uma das etapas da existência humana. O espírito é, em suma, o depositário da herança pessoal, com o que se entenderá que a herança é espiritual por excelência, não material; nem fruto, tampouco, da especulação intelectual, fato que a própria lei rechaça, por não constituir expressão cabal das ânsias humanas do saber.
*Carlos B. González Pecotche – Autor da Logosofia – www.logosofia.org.br – rj-novaiguacu@logosofia.org.br – TeL.: (21) 27679713.

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