Sal da terra

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*Christopher Goulart

Em um trecho do “Sermão de Santo Antônio”, do Padre Antônio Vieira, deparei-me com uma revelação de alta doutrina de Estado, interpretado na palavra de Jesus Cristo aos Apóstolos, que ora compartilho de forma propositiva. “Vos estis sal terrae”, (Vós sois sal da terra). Diz o Padre Vieira no referido sermão: “Não é necessária filosofia para saber que um indivíduo não pode ter duas essências”. E prossegue: “Vos estis sal: porque o ofício há-se de transformar em natureza, a obrigação há-se de converter em essência, e devem os homens deixar o que são, para chegarem a ser o que devem”
Quando refiro-me, seguindo os ensinamentos apontados, que nesta lição está inserida uma “alta doutrina de Estado”, aponto urgentemente para a necessidade da transformação de cada cidadão, em homens e mulheres de fé, no sentido da convicção de que sempre podemos mudar o que somos. Neste sentido, atento à definição de São Cromácio, também citado no Sermão, diz ele que; “A matéria ou natureza do sal são três elementos transformados, os quais tendo sido fogo, ar e agua, se uniram em uma diferente espécie, e se converteram em sal”.
Eis o ponto, certamente eivado de utopia. “Unirmos em uma diferente espécie”, que fuja dos sentimentos mesquinhos, os mesmos que fazem parte de nosso ser, de andarilhos errantes e pecadores, para definitivamente conquistarmos a consciência “do que devemos ser”. Repensarmos o quanto dispendemos energias negativas e reciclarmos nossos pensamentos em alta qualidade, cientes de que nosso caminho é finito, e por aqui devemos dar o melhor de nós. Estejamos certos de que sempre temos muito mais a contribuir, seja dentro da família, em nosso trabalhos, como também fazendo a diferença como cidadãos no círculo ativo que movimenta um País. Aqui, sob meu ponto de vista, reside a revelação da alta doutrina de Estado.
Sejamos “Sal da terra”, lembrando sempre as palavras da Bíblia em Mateus 5, 13: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens”. Vale refletir se queremos “ser insípidos”, ou destituído de qualquer sabor desprovido de interesse. Eu, francamente, não quero! Dia desses, em tom irônico, fui questionado sobre os motivos de minha leitura e reprodução de trechos originários do livro Sagrado. Minha resposta, que ora faço pública e recomendo (com a devida permissão dos leitores), está no fato da reafirmação de que através da fé podemos deixar de ser o que somos para chegarmos a ser o que devemos. Vos estis sal terrae.

*Christopher Goulart, advogado, é primeiro suplente de senador (PDT-RS)

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