Tancredo, Ulysses e Amaral, presentes

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*Célio Junger Vidaurre

Nesse embate em que foi travado na Câmara Federal para aprovar a admissibilidade de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, viu-se claramente que todos os interlocutores que coordenavam em favor do vice Michel Temer, eram, nada mais nada menos que discípulos daqueles nossos baluartes da democracia, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e Amaral Peixoto.
Lula e Dilma não perceberam que ganharam quatro eleições só de candidatos do PSDB, duas vezes contra José Serra, uma contra Geraldo Alckmin, e a última contra Aécio Neves. Em nenhuma dessas eleições havia disputa direta contra aqueles que passaram a vida toda aprendendo as manhas da política ao lado dos nossos antigos baluartes da democracia. E olha que Lula e Dilma ainda deram alguma sorte, pois, por ironia do destino, outros dois (Marcos Freire e Fernando Lira), já não estão entre nós.
Se tivessem vivos, os dois pernambucanos, por certo, ao lado de Temer, Elizeu Padilha e Moreira, ampliariam os votos obtidos para o impeachment e, talvez, passariam de 400 votos. A surra seria bem maior. Na disputa de domingo, 17, os defensores de Dilma não conseguiram, em momento algum, assimilar o que enfrentavam na realidade. Nem pensaram o que aconteceu 31 anos atrás naquela disputa entre Maluf e Tancredo no Colégio Eleitoral.
Se voltassem ao tempo e lembrassem o que ocorreu numa coletiva em que foi informado por um jornalista ao Dr. Tancredo que Maluf falava pelos corredores do Congresso que já tinha conquistado a maioria dos votos, Tancredo respondeu simplesmente assim: “Olha, eu tenho muito apreço pela família do Deputado Maluf. Só que, ele precisa compreender que desta feita está enfrentando os profissionais da política”. Então, ali a disputa acabou, Tancredo deu um banho no Colégio Eleitoral.
Agora, a mesma situação ocorreu, todavia, nem Lula nem Dilma, conseguiram perceber, repisa-se, quem eles estavam enfrentando, não viram que Tancredo, Ulysses e Amaral estavam em campo através de Temer, Padilha e Moreira Franco. Aliás, só um personagem daquela disputa de 1985, presente nesta última etapa, percebeu quem disputava com Dilma, ou seja, o mesmo deputado Paulo Maluf que, malandramente, correu e votou pela saída da Presidente. O cara conhece bem essas raposas atuais, de onde vieram.
Tem gente que não consegue assimilar o que a história nos reservou. Os petistas e os outros aliados que apoiam Dilma Rousseff pagarão caro por desconhecer esses fatos políticos que eram de conhecimento geral. Pensaram que as disputas com os almofadinhas do PSDB eram as mesmas que disputariam com os profissionais da política. Não se deram bem. Não adianta ser a favor de quem já morreu!

*Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político. Seus artigos são publicados em 11 jornais diários e 16 semanários.

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